2003/07/17

Público

O "Público" é um jornal engraçado. Diga-se, em abono da verdade, que é o único jornal diário que eu vou conseguindo ler; é arrumadinho, e tenta ser objectivo quanto baste. É verdade que anda por ali uma "esquerdalha" que, sempre que há nova sessão do julgamento da Universidade Moderna, tenta enfiar o nome (e, se possível, uma foto) de Paulo Portas, mesmo que seja completamente descontextualizado e "a martelo". Saem notícias quase deste género: "hoje, em mais uma sessão do julgamento da Moderna, depôs a D. Palmira, que é prima duma pessoa que é casada com um antigo aluno da Moderna, que teve uma intoxicação alimentar na cantina universitária, no tempo em que Paulo Portas geria a Amostra" (não será assim, mas não anda longe). Se se trata de um processo com tantas testemunhas (qualidade em que Paulo Portas tem participado, strictu sense), porque é que não citam todas elas de cada vez que falam no assunto?

Bom, mas "guerrinhas" à parte, refira-se que o "Público" tem muitos colunistas - bons e maus. E outros que nuns dias são bons, e noutros maus, como Miguel Sousa Tavares que, quando fala das proibições de fumar ou do "fêquêpê", perde a noção do razoável.

Não vou mencionar os maus, porque esses lêem-se uma vez e chega (aliás, nem me lembro do nome deles, mas há um articulista que me parece careca, de óculos - é assim a imagem que o "Público" apresenta dele - cuja coluna é simplesmente execrável). Mas há outros muito bons: estou-me a lembrar de Joaquim Fidalgo, Ana Sá Lopes (que, um pouco como Sousa Tavares, alterna o muito bom, com o... sofrível), e, principalmente, do extraordinário João Bénard da Costa que nos faz sonhar quando o lemos - se puderem, não percam a sua coluna à sexta feira.

Mas o "Público" tem mais motivos de interesse; agora oferece, entre outras coisas interessantes, uma colecção de DVDs, que saem à quinta feira com o jornal, por uma quantia a mais de que agora não me recordo. Já tinha saído uma primeira série, mas desses poucos comprei, já que tinha muita "americanice" pelo meio - salvou-se o "Pulp Fiction", o "Fargo", e pouco mais. Mas, nesta segunda série, são todos, todos, bons!

Há umas semanas saiu "Que fiz eu para merecer isto", um dos mais desconhecidos filmes de Pedro Almodôvar mas, para mim, o melhor - e olhem que eu sou um fã de Almodôvar. E hoje, la cérise sur le gâteau, sai-me o incontornável "Paris, Texas" de Wim Wenders, com aquela guitarra maravilhosa de Ry Cooder, e Nastassja Kinski ainda novinha.

Para quem já viu, não deve ser preciso dizer mais nada; para quem não viu, despachem-se. O quiosque daqui a pouco fecha.

Ainda aí estão?

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