2004/11/10

Nojo

Theo Van Gogh, realizador holandês cujo último trabalho foi "Submission", um filme-documentário sobre o modo como vivem as mulheres muçulmanas, foi morto esta semana por um extremista islâmico que, como muitos dos seus pares, não apreciou a performance e o desassombro. É conhecida a tendência da esquerda para compreender (a partir do conforto do seu T3 em Telheiras) a complexidade e as idiossincrasias doutras culturas e mentalidades, mesmo que essas "culturas" incluam espancamentos, excisões, castrações, casamentos forçados e toda a panóplia conhecida - no fundo, trata-se apenas de justificar a ancestral sanha anti-ocidental. Não é, por isso, de estranhar que num post recente do Barnabé se procure de alguma forma isolar o acto do assassino (ou activista, se preferirem) - como se nós não soubéssemos que existem outros milhões de muçulmanos cujo único sonho é exterminar toda a civilização ocidental, apenas porque existe.

Mas não é assim que a esquerda pensa; para além do já de si deplorável escrito do Barnabé, nos comentários subsequentes surge um cretino que escreve o seguinte:

"... E quem começou, não foram os islamitas que mataram o Van Gogh. Quem começou, foi o Van Gogh, o seu amigo Pim Fortuyn e toda a cambada da extrema direita, com as campanhas de racismo e de intolerância. Quem semeia ventos, colhe tempestades..."

E outro, tão ou mais estúpido que o anterior, que escreve (e não é, garanto-vos, em tom irónico):

"Afinal Van Gogh era um porco racista e fascista que teve o que merecia... Este último artigo do Le Monde ajuda-nos a compreender o que se passou. Theo van Gogh era um provocador próximo da extrema-direita e do também assassinado líder desta, Pym Fortuyn."

É por isso que não posso concordar com o Luciano Amaral, nem tampouco com o Pedro Marques Lopes; o post acima referido não é imbecil nem infame - é apenas típico da esquerda e simplesmente desprezível (não confundir com desprezável - que não é), e mostra-nos mais uma vez - se vezes fossem precisas - as muitas e perigosas limitações intelectuais e culturais da tribo; cego é aquele que não quer ver!

Que fiz eu para merecer isto?

Porque é que, quando vou a Madrid, tudo aquilo me parece tão familiar, e estou sempre à espera de ver aparecer a Kika com a sua equipa de reportagem (e o seu soutien Gaultier, porque não?) por detrás de uma esquina?

Lindo, não é?

Do You Realize - that you have the most beautiful face
Do You Realize - we're floating in space
Do You Realize - that happiness makes you cry
Do You Realize - that everyone you know someday will die

And instead of saying all of your goodbyes - let them know
You realize that life goes fast
It's hard to make the good things last
You realize the sun don't go down
It's just an illusion caused by the world spinning round


Isto não me sai da cabeça por estes dias!

2004/11/08

Dias Atlânticos

Que ricos dias para não se fazer nada - ou então para só se fazer aquilo que apetece, o que ainda é melhor, não acham?