2008/03/08

Fácil, fácil


Esta noite, Vitória um, Marítimo zero. E já estamos em terceiros. Há sonhos que continuam, mesmo depois de abrirmos os olhos.

2008/03/07

Neura


Hoje começa o Campeonato de Portugal de Ralis (ex-Campeonato Nacional de Ralis) em Vieira do Minho, e eu aqui...

2008/03/05

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A guerra entre duas irmãs pelo privilégio de desposar um homem, um rei, por sinal. As irmãs Bolena são Natalie Portman e Scarlett Johansson. Eu disse privilégio de quem?

Ainda a ASAE e o PS, farinha (normalizada) do mesmo saco

Contra toda a evidência, os yesmen, e women, mais necessitados do PS continuam a insistir que a ASAE existe para a protecção dos portugueses. Mas protecção de quê? De comprar uma Lacoste falsa e ficar com alergias no corpo? De comer um bife duro e ficar com dores de dentes? Não insultem a minha inteligência, por favor; se querem mesmo proteger os portugueses, canalizem essa parafernália de recursos, cuja desproporção entre meios e resultados lembra um batalhão mobilizado em busca de um condutor que estacionou em local proibido, para onde a segurança e a protecção (as verdadeiras, não essa invenção de precisarmos de sermos protegidos de nós próprios) são realmente necessárias.

Agradeço a ajuda, mas dispenso-a. Se me derem um enchido caseiro como entrada numa tasca, agradecerei. Se me apresentarem um prato requentado, saberei reclamar - mas não morrerei por isso. Já não tenho, no entanto, tanta certeza do mesmo se me derem um tiro num parque de estacionamento.

Mas não, para o governo não existe criminalidade violenta e a grande prioridade do país é fechar tascas. Ser forte com os fracos e servil com os fortes só tem um nome na minha terra: cobardia!

Wonderland

O Parlamento debate hoje uma recomendação do CDS-PP no sentido de prevenir os excessos na actuação da ASAE, a autoridade para as actividades económicas que tem ficado tristemente célebre nos últimos tempos pela sua fúria esterilizadora, tentando entrar dentro da cabeça de cada português e ensinar-lhe o que deve fazer, comer, vestir e tudo o resto. Uma entidade que não conhece o significado da expressão "bom senso", mas apenas a de "stricto sensu", confundindo-a, no entanto, com "non sense" demasiadas vezes. Para a ASAE, e para o seu Director, figura de ar patusco saída de esconsos corredores socialistas, mas à procura de um rápido protagonismo que lhe dê, a breve trecho, o lugar governativo que (acha que) merece, para a ASAE, dizia, a tarefa não estará completa enquanto não existir neste país um selo em cada ervilha, e todos os protugueses estiverem condicionados para apenas fazer o que lhes é mandado, como em "Admirável Mundo Novo", de Aldous Huxley. Uma perfeição asséptica, assim a meio caminho entre a terra da Barbie e a aldeia do Noddy.

Nesta sanha regularizadora, alguns acham razoáveis casos como o relatado esta manhã no Fórum da TSF (infelizmente só consegui ouvir alguns minutos), de uma senhora que terá sido multada em 3.000,00€ por fabricar em casa rissóis, que depois vendia a restaurantes ou a outras pessoas. A memória é curta, pois quem defende agora a aplicação de leis aberrantes de forma cega e insensível, ainda há pouco tempo se congratulava pela visão humanista dos juízes que, nos casos de aborto, sempre se regeram por uma apreciação enquadrada e social, e sempre mandaram em paz e absolvidas as mulheres que abortaram.

Como de costume, o Governo, muito palavroso mas pouco ou nada actuante, assobia para o lado, e delegou (eufemismo para "despachou") para o Parlamento, designadamente para a Comissão de Assuntos Constitucionais, a criação de um Grupo de Trabalho que se dedique ao recenseamento das actividades tradicionais não enquadradas neste espartilho que nos querem vestir, para, presume-se, as regulamentar posteriormente com o seu carácter excepcional. Tenta assim o Governo lavar as mãos, depois de se ter tornado insustentável a continuação na defesa do absurdo, mas "esquece-se" de referir que poderia ele próprio, Governo, poupar tempo e possíveis falências e outras perdas irreparáveis, regulamentando desde já essa área, uma vez que existem regulamentos europeus que já prevêem a possibilidade de adequar as normas gerais à produção tradicional em cada país.

Nada, infelizmente, a que não estejamos já habituados por parte de quem tanto investe na forma que não tem tempo para pensar em conteúdos!

Nota: Texto tambem publicado no blog CDS Setúbal

2008/03/04

Obrigado, Vitória!


Para quem, como eu, adepto antigo mas torcedor recente (e não por isso menos empenhado), para quem, dizia, não poucas vezes saíu, ainda na época passada, daquele estádio do Bonfim, com vontade de entrar na primeira tasca que encontrasse e beber um barril de imperial para esquecer a desgraça, não há palavras para descrever a alegria que é ver a sua equipa a ensinar todas as outras, em Portugal, a jogar futebol. O Benfica já foi subjugado por nós, principalmente para a Taça da Liga, o Sporting ainda vai jogar essa final, mas ficou atrás de nós na fase de grupos, e em três jogos sofreu duas derrotas e um empate (em Alvalade, bem ajudado pelo árbitro), e até já dominámos o Guimarães, uma fotocópia de Vitória, mas a preto e branco (original há só um!), o maior embuste deste Campeonato, que tem sido "levado ao colo" durante toda a época pelos árbitros - ele são golos em falta, em fora de jogo, sarrafada com fartura, e toda a panóplia, que o árbitro há-de resolver. Mas mesmo esses já levaram a sua dose, repetindo o duche de água fria de há dois anos, quando foram eliminados para a Taça de Portugal em Setúbal, dessa vez nas meias-finais.

Os detractores diziam-me que o Vitória só jogava bem com o Benfica, que crescia. Depois, face às evidências, já só não afrontava o Porto, porque supostamente este ajudava aquele. Mas, desta vez, são os próprios adeptos do Porto que unanimemente comentam, por todos os fóruns, que o Vitória foi a pior equipa que lhes podia sair em sorte para as meias-finais da Taça de Portugal, e há até alguns portistas que vaticinam a eliminação da sua própria equipa - e as alternativas eram o Benfica ou o Sporting!

Por mim, já cá canta o bilhetinho para ir ao Algarve dar algum uso àquela construção à entrada de Faro, dia 22 de Março. E, estou seguro, daqui a uns meses descerei aqui ao Jamor para ter nova alegria futebolística.

Os 99,9% de portugueses que são adeptos do Benfica, Sporting e Porto, mesmo aqueles que dizem que o Vitória, o Belenenses ou a Académica são a sua "segunda equipa" (seja lá isso o que for...), não sabem as alegrias que perdem por não sentir esta força que não vem do dinheiro nem do tráfico de influências, mas do fundo do coração!

Para quem ainda não percebeu que foi a comunicação social e o sistema quem lhes mandou andarem a gritar "Porto!" ou "Benfica!" quando a sua cidade é Setúbal ou Coimbra, e ainda tiver paciência para tentar compreender a aberração que protagonizam, recupero aqui este belíssimo texto de "Candeia", publicado em 2004 (mas nem por isso desactualizado) no seu blog, entretanto, infelizmente, abandonado:

"A discussão é antiga e sempre acesa. Argumentos esgrimem-se em torno desta temática. Os adeptos mais fervorosos e indefectíveis do Vitória não compreendem como se pode ser adepto ou sócio do Vitória e poder-se sequer gostar de um outro clube que tenha uma equipa de futebol profissional, principalmente um daqueles clubes cujo número de adeptos lhes conferem uma dimensão nacional.

Mas a paixão que os vitorianos sentem pelo Vitória acaba por ter, como qualquer paixão forte, tal como acontece quando se ama, razões que a própria razão não consegue explicar.

Setúbal e o Vitória estão intimamente ligados desde o aparecimento do seu mais representativo clube, em 1910.

Setúbal, cidade também ela arrebatadora de paixões por quem nela vive ou passa, acaba por vincar forte a necessidade dos seus filhos e enteados se entregarem de corpo e alma a essa paixão e por tudo o que a representa. O Vitória não é excepção. Assim se explica que com o passar dos anos os muitos adeptos que aprenderam a gostar do Vitória não fossem sentindo necessidade em gostar de qualquer outro clube. O Vitória preenchia os sonhos, as alegrias, as desilusões desportivas... enquanto crescia no panorama nacional... enquanto subia até à primeira divisão, enquanto conquistava a Europa e os mais altos lugares da classificação do principal campeonato de futebol e se debatia de igual para igual em cada série da Taça de Portugal.

O Vitória dominava a vida desportiva da cidade. Aglutinava em seu redor os atletas setubalenses. A vida social da cidade retribuía com uma forte dedicação no apoio ao seu Clube. Um tempo de maior disponibilidade e entrega das pessoas a causas comuns, que hoje a vida não permite por haver demasiados centros de dispersão e diversão, desde a televisão 24 horas até aos grandes centros de consumo, passando pela infinidade de possibilidades para ocupação de tempos livres.

E o Vitória conquistava quem cá estava e quem para cá vinha. Um amor que foi facilmente passado de geração em geração. Um amor que exigia exclusividade porque desde cedo os principais clubes portugueses se tornaram rivais... os ladrões dos nossos sonhos de chegar cada vez mais alto, ou simplesmente pelo prazer que os setubalenses sentiam por se ganhar aos clubes de Lisboa, já nessa época uma capital que queria puxar a si todas as atenções, cuja imprensa "nacional" aprendia a ignorar tudo o resto.

E quem chegava migrado aprendia rápido a gostar do Vitória. E muitos dos que foram povoando Setúbal ao longo do último século, oriundos de um Alentejo que não disponibilizava esta paixão, ou de outras zonas do país que não ofereciam a beleza que Setúbal tinha (e tem), tornaram-se em alguns dos maiores defensores do Clube setubalense, cuja entrega passou para as gerações vindouras.

Mas ao mesmo tempo que chegavam mais "forasteiros" para assentarem arraiais em Setúbal, ao mesmo tempo que a sociedade portuguesa ia pintando o país com três cores clubistas, e onde a comunicação social nacional apenas dava atenção a três clubes em Portugal, a força do adepto setubalense 100% vitoriano perdia algum do seu fulgor.

Paralelamente, os cada vez em maior número centros de diversão e a cada vez maior variedade de ocupação de tempos livres, começaram aos poucos a desviar a atenção de alguns setubalenses, que se começaram a desabituar do gosto pelo futebol ou pelo desporto, direccionando-se para outras "artes". E é através deste facto que hoje se conseguem encontrar muitos filhos desta terra cujo clube de preferência é o Vitória, mas que não se interessam por desporto em geral, futebol em particular, não acompanhando a vida do Clube, nem como associados nem como simples adeptos.

Entretanto, a obrigatoriedade imposta pela sociedade em se ser adepto neste país de um clube da dimensão nacional criada pela própria sociedade, cujo cúmulo termina na pergunta ridícula: "Mas qual é que é o teu segundo clube?" ou na "Mas afinal de qual dos grandes é que és?", aliada à migração já referida, e contínua, de gentes de outras terras para os grandes centros urbanos, acabou por introduzir nas fileiras de sócios do Vitória uma grande percentagem de pessoas que gostam de futebol, gostam do Vitória... mas que têm uma paixão vinda de trás por um dos tais emblemas "nacionais", alimentada pela facciosa e comprometida comunicação social.

E será que tal situação é condenável? Pergunta difícil esta... de resposta ainda com maior índice de dificuldade!

A resposta..., melhor: Uma resposta (!), passa, ainda que ambígua, por redundar num simples... talvez! Dependerá dos setubalenses, no caso do Vitória, dos bracarenses, no caso do Sporting de Braga, dos conimbricenses, no caso da Académica de Coimbra, dos aveirenses, no caso do Beira-Mar, etc., i.e., passará em muito pelos adeptos das várias equipas nacionais que se entreguem em exclusividade ao apoio à equipa da sua cidade.

Dentro de cada clube, os adeptos de duas cores, que tanta falta fazem em número e no pagamento de quotas, terão que compreender que não são adeptos de primeira desse clube. (Acho lógico esse auto-reconhecimento). Mais, deverão compreender, aceitar e respeitar que os adeptos a 100% de um clube têm uma paixão maior, porque exclusiva! Mas, e acima de tudo, deverão saber preservar a sua condição de sócio e adepto, de uma forma muito simples: em caso de um jogo em casa do clube da terra onde vive, com o clube do seu coração, deverá saber abandonar a sua condição de sócio, e acompanhar o jogo a partir de um local neutro no estádio, adquirindo um bilhete normal para adepto visitante! Ou seja, deverão saber respeitar o clube do qual são sócios e deverão respeitar os restantes sócios de um emblema que a eles, teoricamente, também muito lhes diz.

Mas se esses adeptos são importantes na vertente financeira para o clube, acabam por ser um cancro que se não for combatido, com o passar do tempo, tenderá a fazer perder a identidade dos sócios a 100% desse clube, reduzindo o número de clubes em Portugal com essa identidade, levando a que o marasmo do futebol português se reduza à insignificância de uma paixão por três clubes inventados por uma comunicação social irresponsável onde a maioria dos profissionais desse sector não são simplesmente profissionais.

Os adeptos a 100%, por sua vez, deverão reconhecer a importância de um clube com muitos sócios, ainda que alguns não sofram como eles pelo emblema a que dedicam exclusividade. Deverão também reconhecer que muitos desses sócios têm uma história de vida que explica a paixão por outro emblema, e valorizar aqueles que aprenderam também a gostar, a amar, a roer as unhas, a incentivar permanentemente a equipa, a acompanhá-la e a dedicar-lhe muito da sua vida... muitas vezes com tanta ou mais emoção como os adeptos a 100%, perfeitamente visível nos jogos que não interferem com o sucesso da sua outra equipa.

Uma coisa é certa... não ajudará que aqueles que nasceram numa terra como Setúbal, e sejam de descendência sadina, incompreensivelmente sejam adeptos de um dos tais clubes de "dimensão nacional", promovida pela também ela pela facciosa imprensa "nacional".

Não vejo um português, residente desde sempre em Portugal, ser um adepto convicto da selecção espanhola, alemã ou inglesa, apenas porque já ganharam mais títulos, porque têm melhores jogadores ou porque têm mais adeptos... nem o vejo gostar primeiro de Portugal e depois de outro país, a não ser por motivos de afinidades familiares. Nós portugueses "reduzimo-nos" à nossa "insignificante" paixão lusitana, mas orgulhosamente! Nós setubalenses, também orgulhosamente, "elevamo-nos" à nossa convincente paixão sadina, à nossa paixão pelo Vitória, porque amar-se o Vitória é amar-se Setúbal!

E ainda há alguns, muitos, que apelam à questão do bairrismo para denegrir a paixão que os setubalenses sentem pelo seu Vitória! Bairrismo? Mas há gente que sabe o que diz? Para mim um bairro é Benfica. Um bairro de Lisboa... essa cidade mongolóide de um país amorfo. Um bairro elevado à dimensão nacional pela tal comunicação social facciosa, comprometida perante empresários, política e sistemas! Um bairro elevado à condição de dimensão nacional, onde gente sem força interior e sem orgulho das suas origens se deixou conquistar pela glória alheia!

Setúbal é uma cidade, capital de Distrito, com uma história que lhe dá paixão! Não é um bairro, mas sim uma cidade que reúne filhos de uma vasta região portuguesa, nas várias repovoações de que foi alvo, conseguindo sempre transmitir o mesmo orgulho a quem por cá se instalava.

Mas porque raio se nasci em Setúbal vou-me pôr a gritar num estádio por uma cidade que não a minha? Porquê gritar "Porto! Porto!" ou por um bairro de Lisboa, tipo "Benfica! Benfica!", ou por um clube com nome inglês, tipo "Sporting! Sporting!"!

Ganharam mais títulos? Têm melhores equipas? São promovidos pela sociedade ou pela comunicação social? Têm mais tempo de antena? Não são de onde nasci... e ponto final!... Confesso: também só consigo gritar por Portugal!

Há quem apele à democracia... à liberdade de escolha! Mas que liberdade? Àquela que é condicionada pela comunicação social enquanto grupo de pressão camuflado? Àquela que nos é imposta por uma sociedade decadente e onde que nem carneirinhos todos seguem a teoria dos mais fortes? Dos mais ricos? Pergunto eu se essa gente também escolheu ser portuguesa? Porque torcem por Portugal? Não os vejo torcer por França, ou pela Holanda! Onde está a congruência?

Sou português, torço por Portugal! Sou setubalense, torço pelo Vitória! (Única colectividade setubalense que nasceu do esforço conjunto de toda a cidade). Esta é a congruência! A única excepção aceitável é a que é justificável pelos movimentos migratórios.

Mas não sejamos mais papistas que ao Papa... se existem sócios no Vitória que não o sejam a 100%, deixemo-los existirem... apenas peço que o sejam respeitando a instituição e os vitorianos a 100%.

Resta deixar uma palavra aos vitorianos que não nasceram em Setúbal. Não serão muitos certamente. Pelo teor das minhas palavras também não compreenderei porque o são, se não tiverem uma história que os ligue de alguma forma a Setúbal, por migrações ou por afinidades. Mas, e pelo teor igualmente do que referi, serão certamente pessoas com uma personalidade muito forte, que conseguiram manter a sua integridade por terem conseguido enfrentar e contrariar o sórdido mundo da comunicação social e fugir aos tentáculos de uma sociedade que se diz democrata! Certamente serão vitorianos porque se revêem na força dos adeptos sadinos e na paixão que estes sentem pelo Vitória!

A terminar, apenas o grito que apetece deixar:

VITÓRIA! VITÓRIA! VITÓRIA!"

Ser do contra

Tem sido anedótico observar como a esquerda cá do burgo se desdobra no apoio aos candidatos Democratas às eleições Norte Americanas, apenas e tão só porque eles concorrem contra os candidatos Republicanos. O raciocínio é tocante, de tão básico: se os Republicanos são de direita, nós apoiamos quem está contra eles porque, por exclusão de partes, devem ser de esquerda. A esquerda que nos calhou em sorte apenas aparenta ter o exclusivo da sabedoria, mas na prática pouco mais faz do que contrariar, por princípio, o que a direita aprecia - uma coisa assim meio infantil, se nós queremos sair, eles querem ficar em casa, com a agravante de arranjarem logo mil razões para condenar e achar ofensiva e opressora uma saída.

À esquerda falta perceber o óbvio: os valores americanos - que eu não aprecio especialmente, note-se - não se regem pela europeia dicotomia política da esquerda-direita clássica. Mas, se fosse possível enquadrá-los, ambos seriam sem dúvida de direita, de tão liberais que são nas economias, e tão conservadores nos costumes - e ambos, também, tão doentiamente nacionalistas que fariam o PNR parecer uns meninos de coro!

Mas a esquerda tem esta costela masoquista: festejaria, sem pensar, uma hipotética vitória de Obama ou de Hillary (mais do primeiro do que da segunda, pela iconoclastia), para daí a uns meses, quando eles mandassem tropas para um qualquer país terceiro mundista com cheiro a petróleo, terem que fazer malabarimos para dar o dito por não dito. Mas, tal como o Rui Castro, não me apetece estar aqui a explicar algo a quem já sabe tudo.

2008/03/03

Uau!

Parece que ainda ontem nasceu, mas já tem um blog, o Lourenço!

2008/03/02

Egoísmo



A única coisa que me deixa pesaroso nesta agonia lenta de Fidel Castro, e de todo um regime, é saber que em breve acabarão os fabulosos José Lambrid Piedra a 6,25€ uma caixa de Cazadores (quase oferecidos, como diria o Miguel Esteves Cardoso), assim que os infelizes cubanos conseguirem ter acesso aos encantos do capitalismo - o que, evidentemente, sucederá rapidamente, como sucedeu em todas as outras pré-histórias políticas em que o comunismo provou cabalmente ser uma ideologia falhada.

Também lamentarei não ter ido nunca a Cuba, não aos resorts de plástico, que certamente continuarão a existir, mas à Havana de Wim Wenders, se bem que saiba que aqueles Buicks dos anos 50 e 60 já quase só servem para os postais, pois partilham as ruas com muitos modelos bem actuais de origem coreana.