A quem ainda insiste em afirmar que o histerismo em redor do futebol é de origem espontânea e popular, e não fruto de uma maquiavélica promoção que nos quer ensinar do que devemos gostar, eu apenas pergunto: se é assim, porque é que os americanos se estão "nas tintas" para o futebol, e apenas deliram com um sucedâneo de
rugby (a que, por coincidência, também chamam futebol)?
Eu respondo, não se preocupem: porque lá é isso que lhes impingem, percebem? Como é possível que haja um país em que há espaço e mercado para "sei-lá-quantos" jornais diários, ditos "desportivos", mas na realidade sobre futebol - mesmo quando não há vislumbre de um jogo? E como é possível haver um povo que, todos os dias, religiosamente, compra um ou mais desses pasquins, e "devora" toda a informação nele eventualmente contida?
Alegria, dizem vocês? Alienação, respondo eu.
P.S.: Isto dito, confesso que, na semana passada, por simpática insistência amiga, acabei por ir ver um jogo de futebol - o Portugal-Paraguai. Apreciei, não posso dizer que não, mas menos do que apreciaria um jogo de ténis, uma toirada, ou uma corrida de automóveis.