2005/03/02

Se Louçã usasse saias...

Há bocado, meio irritado, pensei em especular sobre a quantidade e qualidade das frustrações que podem levar uma senhora, cujo pedantismo eu já tinha dificuldade em suportar, a escrever "que existe um laço afectivo diferente entre a mulher, que teve de carregar um feto na barriga durante nove meses, e o homem que se limitou a depositar nos ovários um montinho de espermatozóides". Mas depois achei que seria desperdício gastar prosa e espaço deste modesto blog com tamanha enormidade, e desisti.

2005/03/01

Filmes

Todos os anos a história se repete irritantemente: a indústria cinematográfica americana monta uma operação gigantesca de propaganda, e o resto do mundo assiste, embevecido, à suposta consagração dos "melhores filmes do mundo". Será que sou eu o único que acha que os Oscares apenas premeiam os "melhores filmes do mundo, desde que sejam americanos"?

Sim, já adivinho as objecções dos defensores da coisa: há uns anos atrás o genial Roberto Benigni foi premiado com "A vida é bela" (a propósito: nunca viram "O monstro"?), mas mesmo isso parece-me ter sido uma clara manobra de charme e de marketing dos responsáveis da Academia, para calar quem, como eu, acusa a cerimónia do Kodak Theatre de ser um mero exercício de auto adoração. E, se me vierem com o argumento de que os Estados Unidos são o país de origem de grande parte dos filmes de todo o mundo, eu respondo: então porque é que nunca aparece um filme indiano para amostra, sabendo que a Índia é o maior produtor cinematográfico do globo?

De resto, e se a cerimónia é tão internacional como a querem pintar, por que raio é que há um prémio para o "melhor filme estrangeiro"? Porque os americanos não são estrangeiros, claro!

A propósito, acabei de ver há mais de uma hora "Mar adentro", e a verdade é que ainda não consegui recuperar o fôlego - que sucessão esplendorosa de paisagens (a Galiza, meu deslumbramento...) e de histórias de amor. As escolhas são sempre injustas, mas se me perguntarem qual o amor que mais me tocou neste filme de culto, elegeria sem pestanejar o fraterno de José por Ramon. Alguém tem um lenço?

2005/02/27

Se o meu sangue não me engana...


É justo prometer a alguém que havemos de ir a Rialto ou a Triana?

Intimidades

Mais uma semana que se acaba, uma semana em que vivi mais uma série de experiências novas, algo em que a minha vida tem sido fértil nestes últimos tempos.

E, se há uma semana que acaba, há outra que começa, novinha, cheia de potencialidades e de perspectivas. Está bem que é menos uma semana de vida que nos resta, e visto dessa forma é deprimente, talvez; mas é também todo um mundo de hipóteses novinhas em folha que volta a ficar ao nosso alcance. O problema é que, lá para o fim de terça-feira, e se não tiver sucedido nenhuma das coisinhas que eu elegi como "bons acontecimentos" para estes dias, começo a sentir uma tristeza a invadir-me aos poucos, e o desânimo a tomar conta das horas e a fazer-me ansiar por melhores tempos - é o meu lado triste e negativo, mas que hei-de eu fazer?