Não, não vou falar do blog homónimo do precoce bloquista - agora mais bloguista - Ivan Nunes, nem tampouco do excelente livro de Alex Garland. Vou falar literalmente de praia, e, mais concretamente, de um artigo que surge no suplemento "Fugas" do jornal "Público" de hoje, intitulado "A praia não é para todos". Tal artigo foi assinado pelo jornalista Luís Maio que, contudo, confessa que bebeu muita da inspiração para o escrever numa outra peça, de Ann Laffeaty.
Tentei há pouco confirmar se este mesmo artigo, a que os responsáveis editoriais conferiram importância suficiente para uma chamada de capa, se encontrava disponível na versão online daquele diário, mas apenas consegui aceder a um conjunto de esotéricos hieróglifos. Por isso, e para contextualizar alguns dos meus leitores que não compraram o jornal, posso dizer que, na peça em questão, L.M. faz uma descrição mais ou menos exaustiva dos diferentes tipos de indivíduos que o incomodam nas suas incursões balneares, e que são: "famílias", "crianças e cães" (assim mesmo, equiparados no mesmo grupo), "casais in love", "melómanos", "jogadores", "surfistas", "pescadores", "telemobilizados", "colunáveis", "exibicionistas", "voyeurs e gigolos", "viciados e maníacos", "topless" e "mete-nojo" - resumindo, todos os ocupantes da praia excepto o Sr. L.M. e, provavelmente, dois ou três amigos escolhidos.
Muitas considerações haveria a fazer sobre este texto, supostamente humorístico, mas ficar-me-ei por duas modestas reflexões:
L.M. considera equivalentes, para efeitos de incómodos causados, "crianças e cães" (nem a autora do texto plagi... - desculpem! - inspirador teve tamanho mau gosto). Presumo que L.M. já tenha sido criança (duvido de que tenha sido cão, mas isso é irrelevante), e posso até crer que, na sua infância, alguém lhe fez o favor de o levar à praia. Partindo então do princípio de que esta premissa é verdadeira, ficamos a saber que L.M., nas suas infantis idas a banhos, nunca incomodou qualquer adulto que se encontrasse por perto (ou até por longe...) - doutra forma, seria difícil arranjar moral para escrever o que escreveu!
Por outro lado, e dando de barato que as descrições que faz dos diversos tipos de banhista abrangem cerca de 99% da população das praias, resta-me perguntar em que grupo se inclui L.M.; ou será que se acha uma excepção? A mim parece-me, realmente, excepcional, mas não direi em que aspecto.
Se se incomodasse tanto com quem está na praia, faria como eu: só ia à praia no Inverno. E também é melhor que este senhor nunca venha a ter filhos, para que não tenha que se envergonhar do que escreveu!
Davam grandes passeios pelo jornal
Há 1 hora