Sempre foi assim: aqueles que têm coragem para afirmar alto e bom som aquilo que todos pensam ou dizem em surdina, rapidamente são apodados dos mais diversos epítetos, normalmente por outros que sempre se remeteram ao confortável silêncio das lesmas, mas que aproveitam desde logo a oportunidade para se colocarem em bicos de pés.
Desta vez os protagonistas foram políticos. O CDS apresentou hoje um conjunto de iniciativas destinadas a combater a criminalidade, pegando precisamente naquilo que todos comentam mas ninguém assume: que é uma evidência que, cada vez mais, os crimes violentos de que todos ouvimos constantemente notícias, são praticados por cidadãos estrangeiros que, legal ou ilegalmente, se encontram a residir no nosso país.
É fácil perceber que, com problemas de desemprego, fronteiras abertas e atitudes culturais substancialmente diferentes, nomeadamente no que toca à violência, se torna mais natural para um desenraizado enveredar pelo crime, do que para um nativo. Não quero com isto dizer que não haja portugueses que sejam párias da pior espécie, ou que não existam imigrantes honestos e empreendedores - mas, precisamente para separar as águas, é essencial que algumas das medidas hoje propostas, como a possibilidade de expulsão liminar do país de todos os cidadãos estrangeiros condenados por um crime ou a retirada do Rendimento Social de Inserção a beneficiários (neste caso portugueses ou não) condenados pela prática de crimes como “roubo ou tráfico de droga” se tornem urgentemente efectivas. A mensagem subliminar é simples: quem vier por bem, é bem vindo, mas quem vier com má intenção não é cá desejado.
O outro protagonista da história, o crítico militante, é o palavroso Bloco de Esquerda que, de tão prolixo, pouco tempo acaba por ter para actos. Luís Fazenda acusou desde logo o CDS de "xenofobia" e de "instigar ao ódio social". A mim pouco se me importa que levem o carro do Sr. Fazenda num semáforo ou que assaltem a casa do Sr. Louçã. O que me preocupa, e o que deve preocupar a maior parte dos portugueses, é o clima de insegurança que se começa a viver, e o país que eu quero deixar aos meus fihos. Mas o que preocupa o folclórico Bloco é perceber precisamente isso: que, face aos factos, os portugueses estão pouco disponíveis para divagações poéticas sobre vidas em harmonia com os que são diferentes. E, ou todos estes imigrantes que nos entopem a segurança social (o primeiro local que eles descobrem em Portugal) para requerer subsídios diversos, enquanto trabalham clandestinamente noutras áreas - muitas vezes sem ter sequer o pudor de o disfarçar - ou todos eles, dizia, arrepiam caminho e assumem a atitude educada de respeitar quem os acolhe, ou, pelo menos aqueles que não derem sinais de um mínimo de postura, poderão ir recambiados rapidamente para os seus países, de onde nunca deviam ter saído.
Xenófobo, eu? Só com quem não me respeita. Não será afinal a xenofobia segregar pessoas de diferentes nacionalidades? E o que fazem, no fim de contas, esses imigrantes que assaltam e matam portugueses sem escrúpulos? Quem será mais xenófobo?
Davam grandes passeios pelo jornal
Há 1 hora