2004/03/04

Raiva

Hoje é um dia triste; a Susana, que sofria de leucemia há três anos, deixou-nos esta manhã. Na terça-feira visitei-a e - desculpem a minha estupidez - achei que ela estava com razoável aspecto e disposição; acreditei mesmo que tudo se ia resolver.

É um lugar comum dizer isto, mas é verdade que o Céu ficou muito mais rico hoje. Pouco mais posso fazer do que chorar, e perguntar-me se algo em tudo isto fará sentido - mas, em sinal de luto, não escreverei nada neste blog durante uma semana, como homenagem àquilo que podia ter sido a vida da Susana.

Ela tinha dezanove anos; lembram-se dos sonhos e das expectativas que tinham aos dezanove anos? Eu lembro-me.

2004/03/02

Teste

E agora vou testar uma nova funcionalidade disto; criar aqui uma consciência instantânea. Então é assim: vou começar "a" dieta. A vossa parte é muito simples: qual grilos falantes, deverão atazanar-me permanentemente a cabeça, perguntando-me quanto peso já perdi, o que almocei hoje, etc., etc., combinado?

Se não funcionar assim, não sei como funcionará...

Metabloguismo pessoal

Torna-se engraçado ver como progridem as coisas; durante o boom dos blogs, talvez antes do Verão de 2003 (altura em que também eu - humildemente o confesso - aderi à blogosfera), não faltaram velhos do Restelo a profetizar um rápido declínio do fenómeno. Na altura, imbuído de um espírito optimista que nem é muito frequente em mim, achei que apenas o despeito movia essas vozes. Pensava eu, na minha ingenuidade, que os blogs durariam para sempre, e que o entusiasmo que eu sentia todos os dias ao escrever novos posts era partilhado por todos os meus colegas blogosféricos.

Enganei-me, custa-me admiti-lo; dos blogs linkados aqui ao lado, muitos já se encontram inactivos há algum tempo, e só alguma preguiça, a par com uma secreta esperança de que as coisas mudem, me impedem de os apagar. Também as visitas diárias ao meu blog estão a baixar significativamente; não as tenho comparado com as registadas noutros blogs, mas parece-me legítimo concluir que tal apenas se pode ficar a dever a um decréscimo do interesse de quem por aqui anda(va).

Não tenho pretensões a escritor ou jornalista, nem espero que aqui possa surgir o milagre de alguém me convidar para subsistir fazendo aquilo de que gosto - escrever - , mas agrada-me ter esta forma de ir desabafando e interagindo com muita gente. É verdade, admito, que há algum tempo pensei em acabar com isto, mas, tal como expliquei na altura, isso ficou-se a dever a algumas questões pessoais que, não estando resolvidas, não são contudo impeditivas de que continue a "despejar" (quase) tudo o que me vai na alma neste computador. Não tenho a prolixidade doutras alturas, é verdade, mas, enquanto houver uma única pessoa que ache que vale a pena perder o seu tempo a ler os meus devaneios, espero continuar a escrever.