2003/10/04

Porquê?

Este assunto será, porventura, o mais sério e aquele sobre o qual mais me custou escrever até hoje.

Voltei a encontrar hoje, em Pedrógão Grande, o meu amigo L., que já não via há mais de um ano - não o via, mas tive notícias suas entretanto, e não eram nada boas: um amigo comum contou-me que, à filha de L., tinha sido diagnosticada leucemia. É uma rapariga de dezasseis anos, mas, infelizmente, não é o único caso que conheço na minha lista de amizades mais próximas - com as mesmas idades, aproximadamente!

Tinha algum receio de voltar a encontrar L., por não saber como se encontraria psicologicamente, e como estaria a reagir à notícia. Mas ele, depois de me abraçar, sorriu (um sorriso triste...), e disse apenas: "agora, temos que viver um dia de cada vez...". Será uma frase banal, para muitos, mas a mim - não tenho vergonha de o dizer - fez-me chorar!

Ora bem, a verdade é que existem, no nosso país, formas de ajudar quem padece destas maleitas; uma das mais óbvias, é a dádiva regular de sangue. Mas, para o caso específico da leucemia, há também uma outra forma de auxílio: através do transplante de medula óssea. Não é um processo complicado, nem tampouco doloroso, e requer apenas alguma disponibilidade de tempo: meio dia para fazer os testes de compatibilidade (basicamente recolha de sangue) e, caso se seja seleccionado, cerca de 24 horas de internamento para a recolha da medula propriamente dita. Em Portugal, os eventuais voluntários deverão contactar o CEDACE-Registo Português de Dadores de Medula Óssea, que fica em Lisboa, no n.º 130 do Campo Santana, e que tem os telefones n.ºs 218823534/5. Em caso de subsistência de dúvidas, por favor não hesitem em contactar-me via e-mail, e eu, dentro das minhas modestas possibilidades e conhecimentos da questão, tentarei responder-vos e encaminhar-vos.

O que peço não é para mim, pelo menos directamente; mas, se ao menos um dos meus leitores sentir, ao ler estas linhas, um impulso para dar esse passo, já terá valido a pena este post!

Não é garantido que a nossa disponibilidade possa salvar alguém, pois as probabilidades de compatibilidade são baixíssimas, mas, se todos dermos um pouco de nós, ajudaremos decerto a deixar um mundo melhor aos nossos filhos - meditem nisto por uns minutos, é só o que vos peço!

2003/10/03

"Thank God it´s Friday!"

Há uns anos (há uns vinte e tal - eu é que penso que o tempo não passa), havia uma música muito funky com este nome; cantavam-na os Commodores, ou outro grupo do género. Nunca fui grande apreciador do estilo - apesar de ter tido a minha fase disco-sound (mas não dançava, descansem...), mas o título e o refrão ficaram-me na cabeça, como uma espécie de grito de guerra - um pouco como o "I don't like Mondays", dos Boomtown Rats.

Hoje ando novamente com aquele estribilho na cabeça; é Sexta-feira, o trabalho está quase pronto (e ainda nem é hora de almoço), daqui a pouco vou comprar "o Independente", e, mais para o fim da tarde, arranco para São Pedro de Moel - não, ainda não comprei lá a minha casa de sonhos; vou lá para ver um Rally que começa esta noite na Marinha Grande, mas também para encontrar os meus amigos "das corridas" (este ano não estou a correr, mas a "família" é unida).

O que mais poderia pedir? Só que o meu filho Lou viesse comigo; mas, apesar de gostar, ele ainda é muito pequenino (já o levei ao Autódromo do Estoril, tinha ele pouco mais de dois anos, e delirou. Maluquinho? Qual de nós?).

2003/10/02

Os comentários estão de volta!

O que eu não faço pelos meus leitores; não havia comentários, mas ei-los aí de novo. Está bem, são diferentes, e há ainda um "problemita" com a localização do sitemeter, mas, se percebessem tanto de informática como eu, não criticariam.

Agora, principalmente para todos os que me mandaram e-mails a dar-me conta da situação (os quais sinceramente agradeço), quero ver-vos comentar os posts todos que ficaram em branco até isto "rebentar pelas costuras"!

2003/10/01

Está no "Gato fedorento":

Um português vai à neve e paga bem para: acordar todos os dias às 8 da manhã, viver num T0 com kitchenette, ir às compras e achar que é tudo caro, sofrer ao frio e à chuva enquanto enfrenta bichas sucessivas para apanhar dois ou três transportes diferentes – sempre lotados – até ao destino final. Ou seja, um português de classe média, média-alta, paga mais de cem contos por semana para experimentar viver como um português de classe baixa.

Chapeau! Por essas e por outras é que eu torço tanto o nariz quando me querem convencer de que "a neve é óptima". A trilogia é conhecida: "neve-Vilamoura-Brasil, é o máximo!". Mas eu, iconoclasta assumido, embirro com as três!

Pedido de ajuda

Muitos de vós têm-se-me dirigido, através de e-mail, reclamando contra o facto de os comentários não se encontrarem acessíveis; confirmando esta tese, aparentemente, não tenho tido praticamente feedbacks nos últimos dias. No entanto, eu consigo escrever sem dificuldades, e não só de computadores onde se encontre efectuado o login do site de comentários. Assim sendo, não sei, sinceramente, como resolver o problema - isto, dando de barato que o mesmo ainda subsiste.

Gostaria, assim, de solicitar a todos os que me quiserem ajudar, o favor de tentarem escrever qualquer coisa na caixa de comentários deste post e, caso não o consigam, o favor acrescido de me informarem do facto, via e-mail, acrescentando as horas e o dia a que o tentaram fazer. Desde já agradeço essa ajuda penhoradamente.

Update: depois de ter colocado este post, já recebi alguns e-mails a darem-me conta das dificuldades em aceder aos comentários. O meu obrigado ao "Encalhado" e à "Papoila", e a todos os que me têm ajudado nesta questão. O curioso é que, normalmente, quando isto acontece, nem eu consigo abrir os comentários - mas, desta vez, em todos os computadores em que mexo - sejam eles quais forem - consigo colocar comentários; será magnetismo?

De qualquer forma, por inépcia minha, e alguma falta de tempo à mistura, iremos proceder da seguinte forma: até ao fim de semana, esperaremos que a coisa se resolva por si - se continuar "encravada", vou arregaçar as mangas e trabalhar no template (até tremo, só de pensar na última vez que o fiz, e quase apaguei tudo). Já agora, poder-me-ão os meus amáveis amigos sugerir-me alguns sites que disponibilizem o serviço de feedback, para além do "Blogextra" e do "Enetation"?

2003/09/30

Sweet, sweet rain!

Não me digam que não é lindo, ver a chuva lá fora, a cair nas vinhas aqui mesmo em frente às vidraças do escritório!

2003/09/29

Cada maluco com a sua mania

O meu Alfa Romeo 1750 berlina , de 1972 (igual a este, mas azulinho), já acabou o restauro e era para ir hoje, finalmente, à inspecção; afinal, decidimo-nos (eu e o mecânico), por lhe calçar ainda uns pneuzinhos novos para se apresentar mais condignamente. Mas, se Deus quiser, ainda começa esta semana a "bombar".

Os sonhos não envelhecem; quando me sentar ao seu volante, estarei a concretizar um sonho lindo, com trinta anos de maturação!

Preso por ter cão...

Quando os comentários estavam "de baixa", queixavam-se de que queriam escrever e não podiam. Agora, que eles estão novamente operacionais, (quase) ninguém os usa!

2003/09/28

A massa cinzenta

Há, em Portugal, uma grande "massa cinzenta". Não, não me refiro à quantidade de neurónios, nem isto é uma alusão velada a Pacheco Pereira, que por certo mereceria uma resposta melhor elaborada à sua carta aberta a António Lobo Xavier, publicada há uns dias no "Público" - se J.P.P. se pode, petulantemente, arrogar em destinatário de um excelente artigo de opinião de A.L.X., obviamente não endereçado, por que razão não me poderei eu assumir co-destinatário da supra citada "carta aberta"?

Mas este tema ficará para próxima oportunidade, já que me estou a desviar do assunto sobre o qual queria escrever. A "massa cinzenta" a que me refiro, é constituída por muitos milhares de pessoas, que se caracterizam por não terem gosto próprio - ou melhor, partilham todos o mesmo gosto, o "gosto politicamente correcto".

Todos os legionários da "massa cinzenta" sabem que, se não souberem discutir à Segunda-feira os lances dos jogos de futebol da véspera, estarão condenados a traumatizantes ostracismos. Sabem também que, se não tiverem no seu curriculum uma visita de um dia à Expo'98, de preferência fazendo parte do milhão de almas que partilharam o espaço na última noite, serão violentamente desprezados. Lutam e esgatanham-se para encontrarem "o seu lugar ao sol" (literalmente), no Verão, em Vilamoura, sabendo que só isso lhes poderá dar algum statu. E, ouvindo dizer que vêm cá os Rolling Stones, estão dispostos a vender a mãe para conseguir um bilhete!

Claro que, na maior parte das vezes, pouco ou nenhum proveito tiram dos factos; duvido que mais de metade dos "enlatados" que estiveram no recinto da Expo'98 na ocasião que refiro acima, não estivessem a pensar na asneira que haviam cometido - ou que muitas das pessoas que se acotovelaram a noite passada, em Coimbra, para (tentar) ver alguns sexagenários aos pulos tivessem: a) um conhecimento razoável do reportório do grupo, b) assisitido ao concerto em condições (físicas e psicológicas) minimamente dignas. Mas "que se lixe"! Como diz o meu amigo H.P., bom conhecedor e analista de personalidades, estiveram lá, e isso é que "dá pontos"!

Nem uma referência ouvi aos Primal Scream que, com os nossos Xutos & Pontapés, abriram o espectáculo; e, no entanto, deve ter sido a melhor performance da noite!

Músicas dos Rollings Stones ouviam-se nos anos 70; agora cheira tudo a requentado. Mas, para os saudosistas, recomendo o excelente álbum "Lipstick traces", dos Manic Street Preachers; é duplo, e o segundo CD é só (penso) dedicado a covers. Lá poderão encontrar uma fantástica versão de "Out of time", dos Stones, mas também belas interpretações de "Can't take my eyes off you" ou "Raindrops keep falling on my head" (não sei quem interpretava originalmente estas duas, mas sei que a segunda foi escrita pelo rei do pop-kitsch - expressão minha - Burt Bacharach), ou ainda as recriações soberbas de "Train in vain", dos The Clash, e "Last Christmas", dos... Wham!

Aposto o que quiserem, que ninguém é capaz de ouvir este CD, e não andar depois a cantarolar estas canções!

Duas francesinhas

Este fim de semana "conheci" duas novas francesinhas:

1 - Ontem, num restaurante em Leça da Palmeira, frente ao Oceano (não me lembro do nome, mas é perto das piscinas), descobri umas "francesinhas à nossa (deles) moda" que são de truz. Há coisas que eu não consigo comer, se não estiver na sua zona; só como leitão na Mealhada, sopa de pedra em Almeirim, e francesinhas no Porto - chamem-me esquisito, se quiserem!

2 - Com algum atraso em relação à blogosfera (mea culpa - vocês avisaram, eu sei), descobri Carla Bruni, outra francesinha; mas, para recuperar, fui até ao Porto e vim, sempre a ouvir "Quelqu'un m'a dit", versão non stop. Serait ce possible alors?

Problemas técnicos

Vários leitores se me têm dirigido, queixando-se de que as caixas de comentários deste blog nem sempre estão acessíveis. Não querendo alijar responsabilidades, até porque sou completamente inepto em coisas informáticas, parece-me, no entanto, que se trata de um problema do site que me fornece o serviço, que anda "intermitente".

De qualquer forma, apresento os meus sinceros pedidos de desculpa, e peço-vos um pouco de paciência e persistência.

O mestre

"Descobri" Possidónio Cachapa, como já descobri alguns outros bons escritores: entrei numa livraria, demorei-me pelas badanas, principalmente do que não conhecia, e comprei "A materna doçura". Era Dezembro, estava na "Valentim de Carvalho" do CCB, e a noite ainda me reservava mais boas surpresas: de seguida, livrinho debaixo do braço, "fui apresentado" aos Gift, que faziam a primeira parte dos Divine Comedy (Neil Hannon não precisa de apresentações, presumo).

Voltando a P.C., acabei por ler esse livro quase "de uma vez", em transe. De seguida, desdobrei-me em promoções ao mesmo junto de todos os meus amigos e conhecidos. Não espero que P.C. me pague comissões ou royalties, mas a divulgação que fiz daquele livro deve ter sido bem superior à que fez a Assírio & Alvim!

É, por isso, com um fascínio confesso, que vejo P.C. a citar-me no seu blog; cita-me a propósito do amor que eu confesso ter à Arrábida, e do amor que eu descobri que os penichenses têm às Berlengas. Por acaso, a sua opinião sobre a vida urbana parece-me não diferir muito da minha, mas, mesmo que diferisse, what a hell! O tipo que era, e é, uma referência para mim, citou-me, e o resto é história!

Quase que me sinto tentado a retomar o romance que tenho na gaveta há uns anos.