2007/09/29

Sonhos adiados:


A piada é que saía mais barato comprar um bom Jaguar XJS, recondicioná-lo até ficar "de lamber" (como se diz entre os amantes dos clássicos), e usá-lo, do que comprar alguns carros "desportivo-familiares" - seja lá isso o que fôr - que a publicidade nos impinge, e que povoam os sonhos de muita gente. E há lá coisa que se compare com o som daquele V12...

Laranjas espremidas

Luís Filipe Menezes parece ser o novo líder do PSD, segundo oiço agora nas várias estações noticiosas. Do ponto de vista de um militante do CDS/PP, ainda que a coisa possa parecer relativamente indiferente, seria de supôr que este seria o resultado menos bom, dada a maior tendência para o mediatismo de Menezes. Correr-se-ia assim o risco de ver a agenda política da direita, normalmente marcada pelo CDS/PP, face à passividade de Marques Mendes, escorregar ligeiramente para o PSD, diminuindo o espaço de manobra à direita. Mas, como bem lembra o 31 da Armada, Menezes tem agora outro problema pela frente, antes de chegar à ribalta - melhor, tem dois (pelo menos), e trazem sempre a sombra do que aconteceu recentemente a Ribeiro e Castro: primeiro, é mais que certo que Menezes não vai deixar a Câmara de Gaia, como Castro não deixou o Parlamento Europeu, mas vai ter que suportar as acusações de falta de entrega total, e até de não ter querido largar a segurança da "rede" daí decorrentes. Por outro lado, tal como Castro, está na oposição mas não no Parlamento, ie, falta-lhe algo essencial em política: palco. Com certeza que a bancada será mexida, e que a sua liderança deverá passar rapidamente para Santana Lopes, que nunca deixou de "andar por aí"; mas tal só vai servir de rápido trampolim para Lopes brilhar na oposição a Sócrates (e ofuscar Menezes), e para ele próprio, o enfant terrible, preparar o assalto ao poder daqui a um ano e tal. Não auguro tarefa fácil para Menezes, mas isso não me preocupa nem um bocadinho, para ser sincero.

Desanuviemos

2007/09/28

Erro de casting


Depois de um "assobiar para o lado" que durou vinte anos, durante os quais o petróleo e o gás sairam da Birmânia satisfatoriamente, foi precisa agora a morte de um jornalista japonês para que o ocidente comece a perceber que algo tem que ser feito ali. Mas certamente ainda muitos monges e outros civis serão mortos em nome dessa causa, antes que a pesada máquina ocidental comece a mostrar algum serviço - se chegar a mostrar.

Azar dos tibetanos, não terem petróleo nem gás.

Quem, eu?

Há pouco vi, e ouvi, o inefável Alberto João Jardim, num telejornal, dizer que não se identificava com "este PSD", presumo que o dos últimos dias, da campanha para as directas. Calculo que a falta de empatia do senhor se aplica especialmente às atitudes truculentas e aos excessos linguísticos. Sim, realmente Jardim não tem nada a ver com isso...

2007/09/27

Mas está tudo doido?

Este nosso país tem um povo consumista, habituado a "comer" sem questionar muito aquilo que lhe é "empurrado", seja pela publicidade, seja por supostos opinion makers, nem sempre inocentes nos seus desígnios. Foi assim que, há cerca de três anos, um grupo de sociais-democratas desejosos de ver Cavaco na cadeira presidencial, com os socialistas a aproveitar o "jeito", e mais a comunicação social bem canhota a apanhar o comboio, puseram, à sua vontade, o país todo encarneiradamente a repetir que Santana Lopes era um "trapalhão", ideia que lhe conseguiram colar até hoje, sem que contudo ninguém, em plena consciência e honestidade, consiga apontar objectivamente uma única "trapalhada" de Santana durante o tempo em que esteve em São Bento. Mas a imagem já estava convenientemente criada, e a opinião "culta" (se entendermos por "culto" ler o Expresso, e mandar uns "bitaites" em seguida) não se preocupou muito em questionar os fundamentos do pressuposto e, no fundo, até sabia bem atirar uns tomates podres a quem parecia ter uma carreira tão irritantemente bem sucedida!

Mas a vida dá muitas voltas, e o homem continua a "andar por aí", para desespero de muitos. E continua a mostrar a dignidade que fez dele o enfant terrible que se sabe, como o mostra a atitude na SIC Notícias há uns dias. Há que ter noção do ridículo, e interromper a entrevista de um ex-primeiro ministro para transmitir em directo a chegada de um treinador de futebol, por muito respeito que Mourinho nos mereça, faz-nos crer que a estação televisiva perde por vezes (secalhar demasiadas...) essa noção. Chapeau, Santana!

Então?

O blog está de volta, repararam? Pois, podem escrever comentários, se quiserem. Era só para lembrar...

Pequenas infâmias

Por respeito, e porque não quero fazer a mal educada figura de intrometido de toda a gente que se achou no direito de opinar e preconizar futuros mais ou menos sombrios, ou mesmo apocalípticos, aquando das eleições directas no CDS/PP, não me irei pronunciar sobre a qualidade do debate (em) público a que estamos a assistir no processo das directas do PSD. Mas também não me parece que qualquer coisa que eu diga vá adiantar muito, e até arrisco que a maior parte das pessoas sabe o que penso sobre isso, mesmo sem o escrever.

Onde é que existe um rio azul igual ao meu?

No domingo fui a Alvalade, e ontem acompanhei as eliminatórias da liga. Mesmo sem Mourinho, e jogando invariavelmente contra as outras doze pessoas em campo, o Vitória continua a dar-me grandes alegrias - e tristezas a muitas outras pessoas, pelo menos às mais distraídas.

And now for something completly different...

Não tenciono ir, e não irei certamente, ver o espectáculo de suposta "recriação" dos sketches dos Monty Python que um punhado de humoristas portugueses puseram em cena recentemente - e não irei simplesmente porque considero que não se pode imitar o que é inimitável. Ir ver aquilo, estou certo, apenas contribuiria para aumentar a minha tristeza por ver que há quem tenha a petulância de querer repetir algo que é único. Já alguém imaginou uma imitação de Nureyev ou de Aldous Huxley, ou de qualquer outro génio?

Só poderá achar piada a pindéricas imitações quem não cresceu com o flying circus.