Alguns poderão ter achado estranho o facto de eu não ter escrito nada sobre os ignóbeis atentados de Madrid; não o fiz, contudo, por duas razões:
Em primeiro lugar encontrava-me na altura, como os mais atentos decerto terão reparado, a cumprir um importantíssimo voto de silêncio.
Em segundo lugar, senti de repente que tudo o que eu pudesse dizer sobre terrorismo seria redundante, não só em relação àquilo que já escrevi anteriormente neste blog, mas também em relação ao que se iria escrever noutros locais - na blogosfera ou fora dela (aliás, parece que existe também vida fora da blogosfera, por inédito que isso possa parecer). No entanto, tal como o
Alberto, fiquei desde logo à espera do primeiro "mas...".
Sofro, como todos os humanistas, com o sofrimento alheio; mesmo assim, e apesar de me considerar ideologicamente de direita, não consigo conceber a pena de morte como castigo aceitável.
Mas há outras coisas que me custam também bastante a aceitar em tudo isto, a começar pela mentalidade comezinha da "nossa" esquerda (pelo menos assim se designam), que continua a acreditar que existe sempre uma justificação em tudo isto. Mais, os "canhotos" cá do burgo, acham lá no íntimo que seria preferível que os atentados pudessem ser imputados à Al-Qaeda, o que, pelas suas enviesadas e peculiares linhas de raciocínio, o tornaria logo directamente imputável a Bush, Blair e ao próprio Aznar, do que à ETA, situação esta que, para além de ser menos "justificável" (?) politicamente, poderia render votos extras ao PP espanhol. Como se pudesse haver um terrorismo menos mau do que o outro...