2003/11/01

Máquina do tempo



Quem me conhece, e/ou acompanha regularmente este blog, sabe da fase nostálgica que ando a atravessar; começou quando vi que tinha acabado de fazer trinta anos e, no dia seguinte, já estava a fazer quarenta. Esta melancolia agrava-se mais quando, por vezes, encontro coisas que me são especialmente familiares e descubro que as conheci há vinte e tal anos.

Quem estiver atento ao blog também sabe da minha compulsão para comprar CDs e livros, seja onde for - e assim sucedeu hoje de novo: fui ao Jumbo de Setúbal fazer umas compritas domésticas mas, como de costume, não consegui resistir áqueles cestos de promoção com CDs "fundo de catálogo". E, bem lá no fundo, lá estava isto: "Pyramid", álbum conceptual de Alan Parsons Project que, a par com o maravilhoso "Flesh and Blood", dos Roxy Music, me ajudou a crescer.

E já lá vão vinte e quatro anos!

Crise de meia idade



Já vi os Blur actuarem ao vivo duas vezes mas, mesmo assim, continuo a gostar dos falsetes do Damon Albarn - e até comprei o "Think tank", se bem que não o consiga ouvir no carro (aproveito aqui para lançar uma praga sobre quem inventou esses CDs à prova de cópia, bem como sobre os tipos que embrulham aquilo num celofane tão intrincado que demoramos horas para tirá-lo!).

Não sei se isto será aceitável, principalmente num tipo que já passou dos quarenta anos, mas ando com vontade de ir vê-los de novo ao Coliseu, na Quarta-feira. Haverá cura para isto?

2003/10/31

Redacção: os blogs

Costumo ler as revistas portuguesas de livros com algumas reservas; de entre elas, confesso a minha particular preferência pela "Ler", se bem que já tenha detectado nas suas prosas erros de ortografia dificilmente desculpáveis num blog, quanto mais numa revista literária. Mas a habitual qualidade dos artigos e crónicas lá ia compensando a coisa - até hoje!

Hoje, precisamente, comprei a edição Outono 2003 e, ao ver na capa uma chamada para uma peça sobre blogs, logo corri a ler o supra citado texto. Que desilusão; ao melhor estilo "eu-gosto-muito-da-vaca-porque-a-vaca-nos-dá-o-leite", o jornalista limita-se a debitar alguns lugares comuns sobre a blogosfera, tão banais e incipientes que mais pareceriam uma introdução ao assunto - até pelo tamanho: duas páginas - duas! - quando a média de páginas por artigo ultrapassa frequentemente as seis páginas!

Em adenda surge ainda uma lista de blogs da moda, mas, mais uma vez, nada de novo: os suspeitos do costume. Enfim...

Gazeta

Eu sei, eu sei; tenho estado a falhar. Ainda que não me sirva de desculpa, sempre vos digo, no entanto, que tenho andado em viagem (profissional, claro), e que os cibercafés que tenho encontrado têm ligações mais lentas do que as que D. Afonso Henriques usava. Serve como desculpa?

2003/10/28

Desculpem lá!

Quase 48 horas sem postar; a vida às vezes custa!

2003/10/26

Um sonho



Já vos tinha falado de São Pedro de Moel? Acho que sim...

"Agosto"

A queda de Trujillo, e da sua tirânica ditadura na República Dominicana (não são só praias...), magistralmente romanceada por Mário Vargas Llosa no romance "A festa do chibo", não mereceram um único comentário.

Vejamos agora o que se passará com "Agosto", filme de 1988, de Jorge Silva Melo, filmado aqui na Serra Mãe, e que também é um dos filmes da minha vida. A propósito, recomendo, também de J.S.M., os livros (guiões) "O fim ou tende misericórdia de nós" e "António, um rapaz de Lisboa"; deste último título recomendaria também a peça, se ainda estivesse em exibição. Uma das melhores peças de teatro que já vi, e na qual, para mais, entrava a minha amiga Sandra Reis Silva.

Lindo!

Nem toda a carne é fraca (anseio todos os dias pelas novas desventuras do poeta)!

Marte ataca!

Quem me conhece minimamente - ou quem lê regularmente este blog - sabe já bem de algumas das coisas que me provocam ansiedades; e uma delas é, precisamente, aglomerados de pessoas.

Serve este intróito para descrever a minha manhã de ontem. Precisando de trocar uns boxers, que me haviam oferecido na véspera e que tinham sido comprados no Colombo (só podendo, portanto, ser trocados aí), pensei o seguinte: "ainda é cedo, pode ser que a coisa não tenha muita gente, trocamos as cuecas, almoçamos, e... ala!". O raciocínio estava perfeito, não fora eu, por manifesta falta de cultura geral, ter esquecido um simples detalhe: ontem era a inauguração de um campo de futebol do outro lado da rua, e, em consequência, por todo o lado se viam magotes de gente com cachecóis, camisolas ou bandeiras vermelhas (vou-me abster de fazer juízos intelectuais apenas pelo facies, pois sei que posso ser injusto e resvalar para a sobrevalorização).

Estávamos cercados, e a situação só tinha tendência a piorar.

No entanto, e numa reacção puramente instintiva, o Lou reagiu muito mais rapidamente do que eu à ameaça premente: descobriu que, carregando no botão vermelho das escadas rolantes, conseguia imobilizar, de cada vez, grandes quantidades de criaturas vermelhas. Foi o que nos valeu para fugir dali. Penso que os tipos do cachecol ainda lá devem estar, à espera que a escada volte a trabalhar.

P.S.: Para não ferir susceptibilidades, garanto-vos que o meu discurso seria o mesmo se os cachecóis fossem verdes, amarelos com bolinhas, ou mesmo azuis (bom, está bem; neste último caso eram capazes de ser um bocadinho piores).