2008/07/16

Mais um..


Pois é, nem me teria lembrado se não fossem estes tipos, mas a verdade é que este blog fez por estes dias cinco aninhos.

2008/07/13

Bons ventos


Não consigo partilhar euforias daquelas que me são apresentadas como inevitáveis. Bandeirinhas portuguesas nas janelas, concertos de Verão "obrigatórios" e outras coisas que fazem quem não delirar com as mesmas sentir-se um excluído social. Tiago Monteiro é um bom piloto, mas já há algum tempo se percebeu que não é tão bom como os portugueses gostariam que fosse. E não tem sido por falta de oportunidades, se bem que haja quem sustente o contrário.

Por outro lado, o WTCC é um campeonato feito para o público e, para manter este interessado, a fórmula correcta é fazer com que os carros rodem juntos, promovendo os despiques. Isto é conseguido à custa de um regulamento enviezado, com lastros para uns carros e não para outros, e inversão da grelha de partida entre as duas mangas, entre outras "habilidades" que fazem com que o virtuosismo e as capacidades dos pilotos sejam muitas vezes relegadas para segundo plano. Foi muito devido a esse conjunto de factores que Tiago Monteiro conseguiu hoje a vitória na segunda manga da prova que se disputou no Autódromo do Estoril. Mas teve a sua quota-parte de mérito no resultado, e como português que gosta de o ser, não deixo também de dar os parabéns ao Tiago.

Mas soube-me bem voltar ao autódromo, passar lá o dia. Lembrei-me das minhas "aventuras" de há trinta anos, em que ia sozinho para lá, apanhando pelo menos quatro transportes diferentes no percurso, e sem saber bem como voltaria. O problema do lugar é o vento; este "tratamento" de hoje, a somar à "tareia" de ontem na praia do Baleal, não prognosticam nada de bom para a semana que começa.

Outras alforrecas

Já há muito que não via o sermão dominical de Marcelo Rebelo de Sousa. A sua grandiloquência que, de tão profunda, só o próprio e alguns iniciados conseguem atingir, a mim provocava-me alergias. O seu carácter, sempre pronto a insultar e ofender, mas nunca disponível para o contraditório, não se enquadrava no tipo de carácter de pessoa que me mereça um módico de consideração. Os jogos de cintura, o "toca-e-foge" próprio de quem não consegue manter a coerência ou a frontalidade, não me suscitavam mais que um sorriso de comiseração pelo desejo patético de ser ouvido. A jactância e a petulância seriam adequadas e admissíveis num adepto de tuning ou num cantor pimba, mas pelos vistos eram estas as referências, em termos de atitude, do "professor".

No entanto, recordava ainda com divertimento o arrazoado que a personagem sempre fazia sobre os 1.870 livros que tinha lido nessa semana, e que alegremente passava em frente à câmara no final de cada programa. Normalmente calhamaços com temas e graus de interesses díspares, promovendo algumas obras de qualidade razoável, simultaneamente com arrobas de refugo que lhe ia chegando à caixa de correio. O modus operandi pouco mudou, a não ser por dizer que a apresentação "literária" passou para o princípio da palestra. Mas o lixo que o homem continua a passar, os "jeitos" a amigos que continua a fazer, retiram qualquer ponta de credibilidade que os mais bondosos pudessem associar-lhe.

Como é possível que um homem manifestamente inteligente - das poucas qualidades que não lhe nego - promova publicamente um livro de Margarida Rebelo Pinto, "Português Suave", (ainda por cima misturado com obras realmente boas, de Valter Hugo Mãe ou Francisco José Viegas) e pretenda ser levado a sério em seguida?