Vou ouvindo, como todo o mundo de resto, as evoluções recentes de José Mourinho, meu ex-colega dos corredores do Liceu de Setúbal. Não é preciso procurar muito para que as notícias venham ter connosco, e foi assim que, depois de jantar, acabei por prestar alguma atenção a uma entrevista que o
self called "Special One" dava a um canal nacional, dando conta da separação do Chelsea, numa atitude mista de alívio e emoção, pelo que me pareceu. Dizia ele, por outras palavras, que neste momento procurava alguma distância dos factos recentes, e também tempo para se reencontrar - luxo a que, como todos sabemos, se pode dar sem que os recursos financeiros disso se ressintam. E disse, no meio desses desabafos de alguém que afinal é apenas um ser humano, que, depois da adrenalina despertada pela experiência na Velha Albion, só aceitaria novamente desafios com algum grau de dificuldade.
Pois bem, Zé Mário: é pouco provável - para não dizer bastante improvável - que alguma vez venhas a tropeçar neste espaço da blogosfera. Mas se, por eventual acaso, isso se vier a verificar, não será de esperar que te lembres de mim, apesar de eu me lembrar muito bem de ti, do Conde de Arcos, do Seagull, e de todos os lugares que frequentávamos em Setúbal há mais de vinte anos. Mas se aqui vieste parar, e se ainda te encontras a ler isto, então é porque os deuses quiseram que acontecesse e, nesse caso, tenho um pedido a fazer-te, que é meu e de todos os vitorianos: esquece o dinheiro por um ano, ou mais - afinal pouca falta te faz mais milhão ou menos milhão - e vem treinar e ajudar o clube da tua terra. A felicidade às vezes custa bem pouco.