2003/09/06

Novos critérios editoriais

Telefonei há pouco ao meu grande amigo Nuno (um dos raros campeões do mundo portugueses, para mais numa difícil modalidade desportiva), para lhe falar de um outro assunto, mas ele aproveitou logo para "desviar" o assunto para este blog; confessou-me que, devido a mim, já se encontra também viciado na "voltinha" diária pela blogosfera, e depois, com a frontalidade que sempre lhe conheci, aproveitou para fazer uma série de críticas a este conjunto de reflexões esparsas - mas críticas construtivas, entenda-se.

Diz o Nuno que o tom deste blog anda a ficar demasiado pessoal, para não dizer umbiguista, e que, em muitos dos posts, se nota perfeitamente que não tenho nada para dizer. Revejo-me inteiramente nessas críticas, feitas com a imparcialidade que só a amizade verdadeira confere; no entanto, e apesar de não querer justificar o que quer que seja, sei que existem vários motivos para que o faça:

1 - É-me imensamente mais fácil falar de algo que conheça e, de preferência, que conheça melhor que qualquer outra pessoa - e o único tema que conheço que cumpre essas premissas sou eu!

2 - A blogosfera, e o acto de criar um blog são, por definição, exercícios de narcisismo; quem escreve deseja, de alguma forma, que os seus "rabiscos" sejam lidos por alguém. E eu, por insondáveis desígnios, sou especialmente vulnerável aos milagres da interacção, só possível num meio deste tipo. Daí que assuma que - por vezes - seja tentado a "forçar a nota" para manter o ritmo produtivo, mesmo quando não existe nenhum tema relevante subjacente ao post (e isto, para não dizer que, muitas vezes, não existe mesmo tema algum!).

3 - Tenho uma compulsão para escrever desde que me recordo de existir. Já escrevi em vários jornais e revistas, mas saio sempre pelo mesmo motivo: tenho que ganhar a vida, if you know what I mean! Actualmente escrevo apenas para o "Jornal de Azeitão", de que sou orgulhoso sub-director (e co-fundador, com o meu amigo António Chumbinho, já lá vão sete anos), num exercício gracioso e, de certa forma, por espírito de missão.

4 - Volto ao tom pessoal, mas não será de todo irrelevante mencionar, ainda que não sirva de desculpa, que sou especialmente sensível à existência - ou não - de um conjunto de situações estáveis à minha volta. E, nas últimas semanas, tive desenvolvimentos negativos inesperados na minha vida profissional, felizmente já em fase de resolução, e até de provável up-grade; mas, enquanto não via "a luz no fundo do túnel", tudo o que me apetecia fazer era escrever, tivesse assunto ou não!

5 - Descobri que os leitores respondem melhor (nas caixas de comentários) aos posts mais curtos e, porventura, mais inconsequentes; isso talvez me tenha levado, ainda que algo inconscientemente, a "abusar" do truque, já que, como disse antes, sou um viciado em feed-backs!

Não obstante tudo o que ficou exposto, não deixo de dar toda a razão ao Nuno (ainda que gostasse de ouvir - ou ler - mais opiniões sobre este assunto) e, em conformidade com esta tomada de consciência, tomei algumas decisões:

1 - Vou deixar, na medida do possível, de publicar coisas inconsequentes e gratuitas.

2 - Vou deixar de falar tanto de mim, não por pudor (porque só me exponho até onde quero), mas porque reconheço que esse é um tema sem qualquer interesse para o leitor, principalmente quando me ponho a divagar sobre o meu humor instantâneo. Abro, no entanto, uma excepção neste ponto, para informar que continuarei, sempre que se justificar, a escrever sobre o milagre que é o crescimento e a tomada de consciência do mundo do meu filho Lourenço!

3 - O concurso "Musical quiz", apesar de ter servido para passar momentos divertidos, provavelmente não passou de um truque meu para chamar mais leitores a este blog. Não sei se foi assim ou não - não tenho consciência do facto - mas, decidi mudar um pouco a mecânica da coisa: a partir de agora, deixa de haver pontos para quem acerte nas músicas. Sempre que me lembrar (e estou sempre a lembrar-me) continuarei a publicar um excerto de uma música que tenha algum significado para mim, para ver quem a reconhece. Encarem isto, a partir de agora, como uma forma honesta de procurar empatias. Deixam de haver pontos para os vencedores, mas, como prémio, todos estarão convidados para, quando quiserem, comer uma torta e um moscatel comigo em Azeitão, inclusive os que, até aqui, já deram as suas respostas - certas, erradas, a tempo, atrasadas, whatever!

E, para finalizar este (demasiado?) longo exercício de introspecção, deixo-vos com mais um excerto de uma belíssima canção:

This is our last goodbye
I hate to feel the love between us died
But it's over
Just hear this and then I'll go
You gave me more to live for
More than you'll ever know

2003/09/05

Musical quiz #19

Também é difícil, a 18? E eu a pensar que não. Estou a ver que vocês preferem os eighties. Então tomem lá:

The feeling has gone only you and I
It means nothing to me
This means nothing to me
Oh Vienna

Musical quiz #18

Vamos lá então a fazer um ponto da situação, para ver quem é que leva o prémio (mas o concurso ainda não acabou!). Em primeiro lugar está o Nelson, com 13 pontos, em segundo o jcd, com 11, em terceira a Papoila, com 6, em quarta a ElsaTS, com 2 (boas notícias: o júri deferiu o protesto no post dos Pink Floyd), e em quintas ex-aequo, a Lu (que conhece muitas, eu sei, mas que não tem tempo para vir cá...), e a Shyznogud, com 1 ponto cada.

Em relação às respostas que valiam pontos, mas ainda não tinham sido dadas, o álbum dos Ramones chama-se "End of the Century", O dos Aztec Camera é "Knife" (uma capa lindíssima - ainda tenho aqui o vinyl, apesar de já não ter prato para o ouvir), o dos Tubes é "White Punks on dope", e a música mistério do post "M.q. #16", a única que ficou sem resposta até agora, chama-se "Five strings serenade", cantam-na os Mazzy Star (cuja vocalista, Hope Sandoval, já cantou com os Jesus and Mary Chain), e pode ser encontrada no álbum "So tonight that I might see". Naturalmente que nenhuma das perguntas contidas nos posts anteriores conta mais, mas as regras mantêm-se: 1 ponto para o intérprete, 1 para a canção, e 1 para o álbum ("e vamos agora ouvir a votação da França; 10 pontos para a canção portuguesa!").

Para agora, fica outra, não muito difícil, acho:

Roses in the hospital
Try to pull my finger nails out
Roses in the hospital
I want to cling to something soft
Roses in the hospital
Progressing like a constant war
Roses in the hospital
There’s no one to feel ashamed for

Sondagem

Estou a pensar tirar o "Pipi" da minha lista de links; aquilo já chateia, é sempre igual, e até dá má imagem à blogosfera (há muitos amigos meus que mal sabem o que é um blog, mas que já conhecem o animal).

Gostava de ouvir mais opiniões - depois decidirei de forma democrática: conto os vosso votos, e faço o que me apetecer!

Desvantagens de não morar num centro urbano

Há muitos pequenos prazeres que me fazem sentir melhor; um deles é, às Sextas-feiras comprar "O Independente" no Sad, e depois ocupar uma mesa inteira, no "Forno da Vila", a ler o jornal todo "esparramado" e a tomar o pequeno almoço com vagar. Este exercício, para produzir efeitos visíveis, não poderá ter uma duração inferior a vinte minutos.

Mas hoje, que eu até tinha tempo, "O Independente" ainda não chegou a Azeitão; que balde de água fria!

Musical quiz #17

Será que finalmente arranjei uma canção difícil, no "M.q. #16"? Ou os "craques" ainda não chegaram? De qualquer forma, tenho a certeza de que até já a ouvi na rádio. Entretanto, aqui fica outro trecho, para que, os que não conhecem aquela, possam ir puxando os cabelos:

Talk to you later
Don't want to hear it again tonight
I'll talk to you later
Just save it for another guy
I'll talk to you later
Don't want to hear it again tonight
I'll just see you around

Musical quiz #16

Fica esta então para se "esgatanharem". Já sabem: intérprete, título, álbum!

This is my five string serenade
Beneath the water played
And while I'm playing for you
It could be raining there too

2003/09/04

Ainda aí estão?

O "Encalhado" já regressou de férias. E ainda bem!

Dois pedidos ao jornal "Público"

Primeiro pedido: poder-me-iam os senhores emprestar durante uns dias o vosso colunista, Sr. Eduardo Prado Coelho, para que ele me arranje uma discussão sobre cultura "de-trazer-por-casa" com o meu vizinho do lado? É que o prédio tem andado tão sossegado...

Segundo pedido: seria possível passar a publicar, aos Domingos, uma pequena memória descritiva a explicar e contextualizar os cartoons do vosso colaborador Vasco? Eu peço humildemente desculpas por ser tão estúpido, mas a verdade é que não consigo perceber nem uma das piadas (são piadas, não são?).

Grato.

"Grande Reportagem"

A última edição da revista "Grande Reportagem" foi mesmo a última - passe a redundância - pelo menos com periodicidade mensal; a partir de agora será editada semanalmente, e "oferecida" como suplemento do "Diário de Notícias" de Sábado.

Sinto já uma certa nostalgia, confesso. Ainda que nem sempre apreciasse algum "chico-espertismo" mal disfarçado, de jornalistas "esquerdalhos" que se acham exemplos de subtileza, já tinha aquirido o hábito, e agora vai-me ser difícil desenraizá-lo. Por outro lado, a experiência deste país em publicações semanais generalistas mostra-nos à saciedade que só conseguem sobreviver neste meio as que adoptam uma postura "rasca" e/ou de "faca e alguidar". Basta observar o jornal "Expresso", e a curva descendente da sua dignidade, para perceber onde quero chegar (está bem, "O Independente" é semanal e bom, mas não consegue sobreviver facilmente - vejam lá aquele encarte que lá vem agora com a "dança das tias"; nem para papel higiénico serve, porque é rijo, mas ajuda, certamente, a vender o papel).

Espero que o mesmo não aconteça à "Grande Reportagem", sinceramente. Para já, conto com a qualidade dos textos de Pedro Mexia (bela peça sobre cultura, na última edição mensal), bem como com a lucidez apaixonada de Francisco José Viegas (pode-se ser, simultaneamente, lúcido e apaixonado?), para me garantirem a qualidade da coisa. A ver vamos...

Musical quiz #15

As contas estão um bocadinho mais complicadas, para mais com estas novas regras; talvez para o fim de semana. Lembro que ainda há títulos de músicas (a dos Ramones e a dos Orchestral Manoeuvres in the Dark), e de álbuns (o dos Ramones), para descobrir. Entretanto, aqui vai mais uma pérola revivalista:

I wish myself into your arms
To know that all I need is everything

The size of the sea and the sun in my eyes
And the line in my head
Yearning for more, only for more
These days are as bright as the days I have seen
In the wildest of dreams
Yearning for more, only for more

Musical quiz #14

Yeap, os cantores misteriosos do "M.q. #13" são os Ramones, grupo de quatro "básicos" manos (agora são só três...) que puseram muita gente da minha geração a "abanar a carola" - mas atenção que, de acordo com as novas regras, falta definir o nome da canção e o álbum em que saíu originalmente, respostas essas que valerão mais um ponto cada.

Agora passamos a mais uma sessão dupla, com uma ligeira variante: estas duas canções pertencem à banda sonora do mesmo filme (cujo CD, por acaso, eu vinha agora a ouvir no carro), apesar de não serem cantadas pelas mesmas bandas. As respostas que valem pontos são os nomes das bandas, os nomes das canções, e o título do filme (em lugar dos álbuns originais), à razão de um ponto cada. Vamos lá:

If you leave
I won't cry
I won't waste one single day
But if you leave don't look back
I'll be running the other way


e:

Caroline laughs and it's raining all day
She loves to be one of the girls
She lives in the place in the side of our lives
Where nothing is ever put straight
She turns herself round and she smiles and she says
This is it, that's the end of the joke
And loses herself in her dreaming and sleep
And her lovers walk through in their coats

Musical quiz #13

Tenho que me deixar destas "doses múltiplas", porque isto dá muita vantagem a quem chega primeiro (e sabe, claro!). Então, praticamente às quinze horas de hoje (hora a que eu tenho que sair), a classificação é a seguinte: para o primeiro lugar continua uma encarniçada - mas sadia - disputa entre jcd e Nelson, ambos com 8 pontos; em terceiro lugar, autora de uma espectacular recuperação, está agora isolada a Papoila, com 5 pontos; em quarto lugar, com algum azar e falta de oportunidade à mistura, estão a ElsaTS (o júri está a deliberar ainda sobre o protesto apresentado no post "M.q. #11"), a Lu, e a Shyznogud, com 1 ponto cada; não classificado, por enquanto, encontra-se o PAS, com duas nice tries - continua a mandar postais, que o concurso está para durar!

Entretanto, há aqui umas ligeiras alterações às regras, de que o grande júri se lembrou agora: cada música correctamente identificada passa a valer três pontos - um para o intérprete, um para o título, e ainda mais um para o nome do álbum onde ela foi originalmente publicada. Estas novas regras passar-se-ão a aplicar apenas daqui para a frente (incluindo nesta canção que está já aqui em baixo), excepto quando surgir uma indicação diferente.

E pronto; depois desta lenga-lenga, vamos lá a mais uma - esta é fácil:

When you kiss me I just gotta
Kiss me I just gotta
Kiss me I just gotta say :

Baby, I love you
Come on baby
Baby, I love you
Baby I love, I love only you


O que eu cantei isto; e já lá vão mais de vinte anos. Do you remember garage parties?

Musical quiz #12

Mais uma pergunta "duas-em-uma"; uma fácil, e outra acho que nem por isso, se bem que eu já a tenha cantarolado - e até cantado aos berros, que vergonha - milhares de vezes:

I know it's out of fashion
And a trifle uncool
But I can't help it
I'm a romantic fool
It's a habit of mine
To watch the sun go down
On Echo beach I watch the sun go down


e:

If it's true a rich man leads a sad life
That's what they say from day to day
Then what do all the poor do with their lives?
Have nothing to say on judgment day?

Lamechas?

Acabei de comprar o meu exemplar de "O quarto do filho" e resolvi passar os olhos pela sinopse e pelas fotos da caixa. Asneira! Só de me lembrar das imagens que vi no "King", veio-me uma lágrima ao olho - uma lágrima que, estou certo, todos os pais sentem - uma lágrima pelo medo, pela impotência, pela vulnerabilidade, por sabermos que os nossos filhos não nos pertencem e que, por mais que façamos, nunca poderemos dar-lhes tudo o que eles merecem, nem protegê-los para sempre...

Não sei se conseguirei ver este filme outra vez!

Estigmas

Acho de um egoísmo extremo o gesto de muitos pais, de colocarem aos filhos os nomes invulgares de antepassados, de actores, ou até dos seus ídolos em quaisquer outras áreas. Esquecem-se de que o filho se tornará um adulto, e que carregará para sempre o peso de um nome impronunciável.

Eu sei por experiência própria; chamo-me Aldino, como o meu pai. Sempre que tenho que dar o nome a alguém, tenho que o soletrar e, mesmo assim, na maior parte das vezes escrevem Albino. A minha correspondência vem em nome de Alcino, Altino, Adelino ou até Aldina. As pessoas que não me vêem há algum tempo chamam-me Alcides. Ainda se eu fosse Aldino Manuel, ou Aldino Pedro, podia usar outro nome - mas não, só Aldino, bolas. Por isso, fiz uma "fita" para que todos os meus filhos tenham dois nomes; para já só tenho um, que se não gostar de Lourenço pode ser Miguel, e vice-versa.

Este é, normalmente, um drama pouco compreendido por quem não o sofre, mas se se chamassem Benilde, Eufrásia ou Austrincliniano (sim, sim, conheci uma pessoa assim chamada), estou certo de que reveriam a posição!

Musical quiz #11

Não sei o que mais vos hei-de arranjar; tenho que ir remexer no baú. Experimentem lá esta:

Big man, pig man, ha ha, charade you are
You well heeled big wheel, ha ha, charade you are
And when your hand is on your heart
You're nearly a good laugh
Almost a joker

Musical quiz #10

Bom, então estamos assim: em primeiro jcd, com 8 pontos, em segundo Nelson, com 7, e em terceiros ex-aequo, ElsaTS, Lu e Papoila. Vamos lá a ver agora esta; vocês é que estão a pedir mais dificuldade...

It's Monday morning, 5:19
And I'm still wondering where she's been
'cause everytime I try to call
I just get her machine.
And now it's almost six a.m.
And I don't want to try again
'cause if she's still not back
Then this must be the end

Musical quiz #9

Nova música, nova voltinha:

Rent a flat above a shop, cut your hair and get a job
Smoke some fags and play some pool, pretend you never went to school
But still you'll never get it right
'cos when you're laid in bed at night, watching roaches climb the wall
If you call your dad he could stop it all

Desconvocada a jornada de luta

Por diversos motivos, entre os quais não foi despiciendo o facto de já ter sido inaugurada a caixa de comentários do post a que aludi mais abaixo, mas também porque, como muito bem diz a Neurótica, eu não estou sindicalizado ainda como bloguista, decidiu a Comissão de Trabalhadores desta casa desconvocar a greve agendada para hoje. Assim, bem ou mal, vão ter que me aturar de novo!

E começo por vos avisar de que hoje (o Pedro Adão e Silva anunciou-o ontem, mas penso que ele tem o relógio adiantado - pelo menos cá a Azeitão não chegou) o DVD que sai com o "Público", por mais 8,90€, é "O quarto do filho", de Nanni Moretti; se não comprarem este, escusam de cá voltar, é só o que vos digo!

E, dentro de momentos, mais um "Musical quiz"!

Greve geral

Lamentamos, mas fomos obrigados a isto.

Falharam as negociações!

Lamento informar os meus prezados leitores de que, devido à falta de consenso, manter-se-á a greve geral agendada para amanhã. Esta jornada de luta servirá para protestar contra a preguiça dos meus leitores, que apenas lêem os últimos posts colocados, deixando sem resposta milhares de outros.

Mais informo que, devido à irredutibilidade das partes envolvidas nas negociações, os serviços mínimos garantidos para amanhã se cingirão, apenas e exclusivamente, a responder a comentários que venham a ser colocados nas respectivas caixas. Assim, actividades como o "Musical quiz", que vinha entusiasmando milhões de portugueses, verá a afixação de novos trechos musicais interrompida durante todo o dia, para grande alívio dos produtores do "Big Brother".

Tudo indica que a adesão a esta iniciativa deverá rondar os 100%, mas existe ainda a possibilidade de a Comissão de Trabalhadores rever a sua posição se, no decorrer do dia, forem satisfeitas as suas reivindicações, isto é, se forem condignamente visitados todos os posts da primeira página do blog, principalmente aqueles que apresentam no fim, a azul, a inscrição "pronto a estrear"; esta pretensão tem especial acutilância para o post em que o autor descreve a aquisição de uma viatura Mercedes por parte do seu filho, em pleno centro da Zambujeira do Mar, e que foi injustamente ignorado pelos leitores.

Um piquete de greve, composto por cem voluntários, impedirá o acesso às instalações a eventuais "fura-greves" que pretendam pensar pela própria cabeça!

O delegado sindical.

Andamos a arranjar desculpas; andamos, andamos...

Ana Sá Lopes e João Pedro Henriques dizem que foram hoje almoçar com JMF, do "Terras do Nunca"; este, contudo, diz que foi almoçar à sua tia Clotilde, e não cita outra companhia durante a degustação dos chicharros para além da simpática (mas, pelos vistos, sionista) velhota. A.S.L. e J.P.H. até dizem que a máquina não aceitou o Visa de JMF, esperando que nós acreditemos que a tia Clotilde seria capaz de cobrar alguma coisa pela refeição.

Em suma, ainda que isso não tenha grande importância, alguém anda aqui a tentar "enfiar o barrete" a alguém!

2003/09/03

Musical quiz #8

Não quero entrar nas músicas mais esotéricas - aquelas que eu cantarolo e ninguém conhece - mas penso que, com estas duas, talvez dificulte um bocadinho a coisa:

There's a disease
Goin' round the hospital
Green, green leaves
Fallin' from the trees


e:

Far above the ocean, deep under the sea
There's a river runnin' dry because of you and me
She's a goddess on a highway, a goddess in a car
A goddess goin' faster than she's ever gone before

Cavalheirismo

Venho agora de um restaurante onde jantei. Enquanto estava à mesa, reparei num casal de jovens namorados que chegou a uma mesa perto; ela dirigiu-se para uma das cadeiras - a que ficava de frente para o resto da sala - e sentou-se. No entanto, o rapaz, visivelmente incomodado, pediu-lhe que se levantasse e trocasse com ele, pois não gostava de ficar virado para a parede. Humildemente ela obedeceu, e jantou de frente para a parede e, claro, para o namorado. Desconheço se ela preferia olhar para uma ou para outro, mas também não me parece que essa seja uma informação relevante.

Relatei aqui este pequeno episódio, mesmo correndo o risco de ser acusado de "fura-greves", porque achei o gesto do rapaz imbuído de um cavalheirismo que já não se usa. Reparem bem que ele a deixou escolher primeiro, e só depois pediu para trocar - se, por acaso, a namorada tivesse escolhido o outro lugar, aquele em que efectivamente ficou, ele nem precisaria de lhe pedir nada, e consumar-se-ia assim um brilharete. De facto, na maioria dos casais que conheço, o homem entra primeiro no restaurante (assim como no cinema, no teatro - aqueles que lá vão - ou até em casa), senta-se primeiro, e pega na ementa mal ela "aterra" na mesa. E ainda há quem diga que esta juventude já não preza os valores da boa educação - o mal educado sou eu, que estava no restaurante a observar outros clientes!

Amanhã sempre há greve!

Não se iludam; hoje distraí-me e postei mais do que devia, mas a greve para amanhã não foi desconvocada. Mais, se não forem visitados todos os posts que ainda estão em branco, nem sequer os serviços mínimos serão garantidos!

Olha, isso é que me dá um jeitão!

O "Desejo casar" lançou a questão, e o "Glória fácil" vem-nos hoje confirmar que é possível utilizar o blog como página de classificados. Não me interessa por aí além a marcação recíproca entre estes dois blogs, mas não quero deixar de aproveitar a ocasião para vender o meu peixe:

Vende-se:
Range Rover, a gasóleo, de 1993, parado há quase dois anos, porque uns sacanas quaisquer me assaltaram o carro, na noite de Natal, e me levaram os documentos, e o antigo dono foi morar para o Brasil, e o carro ainda não estava em meu nome, e tem sido uma "carga de trabalhos" para resolver as coisas, e entretanto comprei outro carro, e já não preciso daquele, apesar de estar em muito bom estado. Resposta a este blog.

Musical quiz #7

Vá lá; só mais este trechozinho para adivinharem:

He said:
I don't care if you're black or blue
Me and the stars stay up for you
I don't care who's wrong or right
And I don't care for the U.K. tonight
So stay

Pensei que isto fosse mais emocionante...

Então uma pessoa passa assim o dia, em greve, e nem sequer aparece a SIC? Para a próxima tenho que arranjar uns cartazes...

Serviços mínimos assegurados

Classificação actual do "Musical quiz": primeiro, Nelson, com 6 pontos, segundo jcd, com 4 pontos, e terceira, ElsaTS, com 1 pontinho. Não ponho mais trechos, por enquanto, porque ainda há músicas por identificar, e algumas delas até valem a dobrar!

Por melhores condições de trabalho!

A luta continua!

Estou muito proletário hoje, não vos parece?

Musical quiz #6

A ver então se aumentamos a dificuldade; mais quatro:

Born in the very same year
Alive at a similar time
It gave me something small that I could feel


e:

My girl, my girl, don't lie to me
Tell me where did you sleep last night


e também:

Dos amores do Redentor
Não reza a História Sagrada
Mas diz uma lenda encantada
Que o Bom Jesus sofreu de amor

(nota: dado que este fado foi interpretado por várias pessoas, considerarei certa uma resposta que me indique apenas o seu nome)

e, por fim:

All the times that I´ve cried
Keeping all the thing I knew inside
It was hard, but it´s harder to ignore them

Continuamos em greve!

Apesar de ser uma expressão que não me é nada simpática, a verdade é que me encontro constituído em piquete de greve, para protestar contra o facto de os leitores só lerem - e comentarem - os posts de cima; no entanto, e ao contrário de Carvalho da Silva e Jerónimo de Sousa, não impeço ninguém de aceder às instalações deste blog, mais que não seja para negociar condições para o levantamento da paralisação.

Entretanto, eu vou estando por aqui a ver quem entra e quem sai.

Musical quiz #5

Apesar de estar em greve - pelo menos até que os meus leitores percorram todo o blog, e não apenas os posts "cá de cima" - não deixo de assegurar os serviços mínimos. Assim, aqui vão mais duas fracções de canções para adivinharem (lembro que no post "M.Q. #4" ainda se encontra uma música para identificar):

(...)
You don't have to wear that dress tonight
Walk the streets for money
You don't care if it's wrong or if it's right

e:

Give me a reason to love you
Give me a reason to be a woman

Estou em greve!

Para saber os motivos consulte o post anterior.

2003/09/02

Posts a mais

Tenho cá uma teoria: as pessoas que aqui chegam, com alguma preguiça, dão uma olhadela aos últimos posts publicados - os que se encontram mais acima - e não descem muito mais que isso. Assim, como eu escrevo compulsivamente, alguns dos meus textos arriscam-se a ser ignorados, apesar de recentes, como foi o caso da maravilhosa história que contei anteontem sobre o meu Lou a comprar um Mercedes!

Para comprovar esta teoria, vou fazer um esforço, e tentar não postar nada durante algum tempo - quanto, logo se vê!

A bientôt!

Neura

Nota-se muito que não me está a apetecer fazer nada?

Musical quiz #4

Isto está a ficar renhido; e estas três?

Generation Sex
Respects
The rights
Of girls
Who wanna take their clothes off
As long as we can all watch
That´s OK


e:

Give me back my broken night
My secret room, my secret life
It´s lonely here
There´s no one left to torture


e ainda:

Ring, ring
It´s Seven A.M.
Pull yourself
To go again
Cold water
In the face
Brings you back
To this owful place.

Musical quiz #3

Neste momento, a classificação é a seguinte: jcd, 2 pontos, Elsa TS, 1 ponto. Agora vamos (penso eu) aumentar um bocadinho a dificuldade, e passar já para novo trecho:

I´m happy
I'm feeling fine
I've got sunshine
In a bag
I'm useless
But not for long
The future, is coming on, is coming on...

Musical quiz #2

Bom, vamos então considerar que jcd, dos "Jaquinzinhos", identificou correctamente as canções a que pertenciam os trechos transcritos no post "Musical quiz #1". Dois pontos para ele. Eram elas, para quem ainda não descobriu, respectivamente, "I want you to want me", dos Cheap Trick, e "Don´t stop", dos Fleetwood Mac. Passemos então, sem mais delongas, a novo "bocadinho" de canção:

Corpo de linho
lábios de mosto
meu corpo lindo
meu fogo posto.

Eira de milho
luar de Agosto
quem faz um filho
fá-lo por gosto.


Como se chama, e quem cantava?

Pesquisas

O folclore, nas suas mais diversas variações, continua a ser a chave através da qual mais gente cá vem parar, vindos dos motores de busca. Mas hoje tivémos aqui uma ilustre visita que procurava "criação de caracóis em Espanha".

Musical quiz #1

Sempre com os olhos postos na satisfação dos nossos leitores, a equipa que realiza e produz diariamente este blog vem, mais uma vez, inovar no campo da interacção entre as diversas partes da blogosfera (se isto não vos convencer a escrever comentários, não sei o que convencerá...). Numa iniciativa original, e com todos os contornos de ilegalidade (não li os estatutos do Blogger, confesso, mas calculo que não haja lá enquadramento legal para isto), o "Serra-mãe" lança, a partir de hoje, um concurso com participação restringida aos seus leitores.

A mecânica disto é muito simples: sem periodicidade garantida, irei postando aqui excertos de letras de canções. O leitor(a) que primeiro identificar correctamente a música e o intérprete em causa ganha um ponto. Ao fim de algum tempo - que também ainda não decidi quanto será - faremos as contas e teremos um vencedor, vencedor esse que ganhará um prémio a definir (provavelmente um saco de caramelos "Viuda Solano").

Dúvidas? Escrevam para o endereço de e-mail supra, ou usem as caixas de comentários, se fizerem o favor.

Posto isto, passamos desde já às duas primeiras canções, dois clássicos das noites mágicas do "Seagull":

Feeling all alone without a friend you know it feels like dying
Oh, didn't I, didn't I, didn't I see you cry?


e:

If you wake up and don't want to smile
If it takes just a little while
Open your eyes and look at the day
You'll see things in a different way


Então?

2003/09/01

Ele lá sabe...

Num noticiário da hora de almoço (não me lembro qual o canal) ouvi "de raspão" o dono ou empregado de um café, situado perto do local onde deveriam ser inquiridas algumas das testemunhas do caso Casa Pia, dizer:

"Chegam a estar aqui mais jornalistas do que pessoas!"

Um dia duplamente especial!

Já não bastava a filha do José Carlos Soares fazer dez anos hoje; era preciso aparecer outra aniversariante para iniciar Setembro. Mas o Pedro Cid tratou disso; há bocado enviou-me uma SMS a dizer que esta madrugada, no Porto, nasceu a Joana.

Aos pais babados, os meus parabéns sinceros; vocês merecem!

Requerimento à Dr.ª Maria José Nogueira Pinto

Cara Senhora:

Venho, por este meio, solicitar a V.ª Ex.ª que, na sua qualidade de Provedora da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, interceda de forma a que me seja concedido o primeiro prémio no Concurso do Totoloto, no prazo máximo de uma semana.

O motivo desta pretensão prende-se com o facto de eu me encontrar farto de estar aqui, no escritório, e de pretender pegar na minha família e, sem remorsos ou sentimentos de irresponsabilidade, voltar para a Zambujeira do Mar por, pelo menos, mais um mês.

Permito-me ainda chamar especialmente a atenção de V.ª Ex.ª para a informação complementar de que o prémio a atribuir não deverá ser, em caso algum, inferior a um milhão de euros.

Peço deferimento.

Lido no "Alice no País dos matraquilhos"

Puta de merda...

No meu périplo diário pelos blogs alheios, leio, não sei em qual, algo que me deixa à beira de ter um ataque de nervos... Leio que a Paula Bobone, no programa do Herman, disse que a Pastelaria Suiça não era um sítio in por ser muito frequentado por gente de cor. É absolutamente inacreditável ! Mas porque é que uma puta destas (cujo sonho secreto deve ser ser enrabada por um matulão qualquer bem ordinário) tem tempo de antena num programa de televisão? Mas quem é a Paula Bobone? O que fez na vida? Porque é que não a fuzilam, a ela, a todas as mulheres que fazem nuances e se mostram nessas revistas e às sopeiras que as compram? E o idiota do Herman José - que por ter um carro inglês, usar mocassins sem meia, umas camisas muito pirosas e falar sobre o que comeu nos restaurantes no Mónaco, também acha que é do jet set - ? O que lhe disse? Ouviu e calou? Prá puta que os pariu...


Bravo! Nem uma palavra a menos ou a mais!

Crónica estival

Por motivos que me transcendem, as minhas férias deste ano limitaram-se a três fins de semana e mais uma noite passados na Zambujeira do Mar; veremos em breve se a aposta valeu o sacrifício. Mas deu para ver que, infelizmente, a Zambujeira está "na moda", que o outrora pacato "Bar Oceano", do Carlos, parece agora um qualquer bar das Docas ao Sábado à noite, que o bar do Sargo continua bastante aceitável (se bem que muito mais "de plástico" do que o defunto "Monte da Lua Cheia", do mesmo Sargo e da Teresa Albarran), e que o "Clube da Praia" continua moribundo, muito longe dos seus tempos de glória - e tudo isto numa única incursão nocturna!

Mas deu para ver, principalmente, que Setembro, se não o era já, passou definitivamente a ser o melhor mês da terra. Primeiro, porque o aluguer das casas custa metade do preço; segundo, porque já se pode comer uns filetes de peixe aranha decentes no "Sacas" (e os percebes no "Manel da Estibeira"); terceiro, porque já não está tanto calor; quarto, porque a esplanada do "Café Fresco" fica vazia; quinto (e redundante), porque não está lá ninguém; e muitas mais razões haveria. Talvez para o ano...

Conheço um óptimo psiquiatra para essas crises!

O assunto não é novo, e nem sequer sou visado nestas coisas; no entanto, não deixarão nunca de me impressionar os ferozes ataques que a esquerda faz recorrentemente a Paulo Portas. E impressionam-me particularmente porque, para lá das políticas ou ideias do estadista, os detractores de P.P. preocupam-se eminentemente em visar o carácter ou a atitude do homem. Volta a suceder hoje no - adivinhem onde... - País Relativo, claro!

A peça em questão, com uma enviesada dedicatória ao "Quinto dos Impérios" que acusa de roçar "o rasteiro e o insulto do pior gosto", não se coíbe, no entanto, de explorar aspectos tão pessoais de uma pessoa como as suas opções religiosas. Ficamos assim na dúvida sobre os epítetos a aplicar ao texto em causa, sabendo apenas que, por uma questão de coerência, se deverão situar abaixo de "rasteiro"!

Quando tudo o que se tem para dizer de mal sobre uma pessoa se limita a vasculhar no seu passado, na esperança de encontrar algum "esqueleto no armário" (desulpem desiludir-vos, mas parece-me que o facto de P.P. ter sido director d'"O Independente" não será propriamente uma novidade para ninguém), ou a estafadas considerações deturpadas sobre o seu estatuto de testemunha (friso: de testemunha, e não mais do que isso!) num determinado caso judicial - por acaso, o mesmo caso em que um conhecido socialista foi repreendido por não ter esclarecido cabalmente os factos dúbios em que se envolveu - se tudo se limita a isso, dizia, então nada mais nos resta concluir senão que o ataque é pessoal e, por inerência, que a imaginação política da esquerda morreu!

Condição sine qua non

Neste país devia ser liminarmente proibido a qualquer cidadão ser pai, se não fizesse prova de já ter lido pelo menos um texto de Daniel Sampaio!

2003/08/31

Dicionário parental

O meu filho Lou tem dois anos e meio; está na altura de começar a descobrir as vantagens (e desvantagens) de conseguir produzir um conjunto de sons minimamente inteligíveis por quem o rodeia, vulgo a falar. Ele bem se esforça, mas a fonética ainda não é o seu ponto mais forte. No entanto, com algum esforço de compreensão, e doses maciças de amor, é perfeitamente possível perceber tudo o que ele quer dizer. Mesmo um leigo poderá facilmente depreender que "ruia" significa "rua", ou que "Lodendo Miguelo" é o seu próprio nome (Lourenço Miguel). Já será, contudo, necessária mais alguma habituação para descortinar o sentido exacto de, por exemplo, "ôtabadê" ("outra vez").

Como, pelos vistos, sucede a várias crianças nestas idades, uma das suas maiores fixações são os carros e suas marcas; identifica com facilidade as mais diversas marcas, seja de viaturas reais, ou das miniaturas que adora. Desde o "Ópia" (Opel) do pai, ao "Ondabidique" (Honda Civic) da mãe, passando pelos "Moquemaguém" (Volkswagen) de ambos os avôs, ou pelos milhares de viaturas que encontra na rua, todos ele identifica e memoriza.

Esta manhã, na Zambujeira do Mar, quando fui comprar o jornal, o Lou perdeu-se de amores pela miniatura de um Mercedes 300 SL, de 1957, que se encontrava estrategicamente colocada junto aos diários; diga-se, em abono da verdade, que o pai também gostou do modelo (se bem que preferisse o original...) pelo que lhe fez a vontade e o comprou. Mas, para que se concretizasse o negócio, era necessário que o Lou fosse dizer à senhora do balcão que queria o carro. Nada que o incomodasse; sem atrapalhações, aquele "setenta-e-tal-centímetros-de-gente" furou por entre os muitos veraneantes que tentavam pagar os jornais e revistas e, chegado ao balcão, tentou dizer: "Senhora, eu quero um Mercedes!" - só que o que saíu, perante uma série de pessoas em expectativa, foi "Cinôra, quer putedo!".