2003/08/02

Volto já!

Caros leitores: devido a uma viagem rápida de fim de semana, só voltarei a postar no Domigo à noite, ou, mais provavelmente, na próxima Segunda-feira, dia 4.

Aproveitem bem este intervalo para descansar.

2003/08/01

Será do calor?

Tanta gente a entrar, e ninguém escreve nada?

Ainda as touradas

Recomendo a leitura do excelente artigo da minha amiga Ana Sofia Fonseca, sobre as touradas, na revista "Grande Reportagem" deste mês. Um exemplo de como se pode escrever imparcialmente sobre um assunto, deixando espaço suficiente nas entrelinhas para todas as opiniões - e, nas entrelinhas também, pode-se até vislumbrar a opinião da autora.

Mas A.S.F., se bem que se confesse indirectamente não apreciadora, não faz juízos de valor sobre quem gosta de touradas; é esse o exemplo que devia ser apreendido por quem não respeita os gostos alheios.

Curiosamente, Ana Sofia, também estive nessa corrida em Badajoz, em que o Enrique Ponce andou mal. Os cavalos e as corridas portuguesas, cheias de "ruído de fundo", não me cativam.

Incêndios

Acabei de ligar para a minha prima M., que mora em Castelo de Vide, e ela disse-me que, de casa dela, consegue ver as chamas já por trás da Capela da Senhora da Penha. O ar está irrespirável em toda a terra.

Eu disse, aqui há tempos, que não concordava com a pena de morte, não disse? Mas dá vontade de pensar duas vezes - lá isso dá!

Quartos de hotel

Gosto muito de quartos de hotel; gosto do seu aspecto asséptico, impessoal, e da sensação que nos proporcionam de repouso absoluto. É, de certa forma, como se fechássemos a porta para o mundo e deixássemos de ter qualquer responsabilidade. Nada nos é pedido num quarto de hotel; somos livres de bisbilhotar o que queremos, fazer quase tudo o que desejamos, e tudo de forma inconsequente.

Na nossa casa também nos isolamos do mundo, é verdade, mas não conseguimos atingir aquela sensação latente de indolência. Em casa há sempre algo para fazer e, mesmo que não o façamos, sentimo-lo na consciência. Num quarto de hotel o tempo pára.

Passe a publicidade, já fiquei em muitos hotéis, mas aquele de que guardo mais belas recordações é o Solverde, na Praia da Granja, em Espinho - e não, não era Verão!

E agora, canção para acordar:

Está bem, eu sei que eles são um bocadinho "a dar para o comuna", mas o que querem? Gosto de os ouvir na mesma.

"Ocean spray", pelos Manic Street Preachers.

Oh, please stay awake
And then we can drink some ocean spray

2003/07/31

Sugestão musical:

E agora, como de costume, a banda sonora para esta noite: "Sleep all day", dos portugueses Plastica.

thinkin' of you
I sleep all day!

Meta-bloguismo do amor

Não me queria aventurar já pelos caminhos ínvios da discussão sobre o meta-bloguismo - do qual, de resto, não sou grande adepto - e menos ainda pelo tema premente noutros blogs (Pacheco Pereira, Francisco José Viegas, Manuel Falcão, só para citar alguns) da possibilidade de existência de amor na blogosfera o que, per se, nao será mais do que uma variante do meta-bloguismo.

Mas hoje deparei com um excelente post, no "Quinto dos Impérios", do qual, com a devida vénia, reproduzo o seguinte trecho:

"As referências amorosas costumam ser discretamente íntimas ou expostas, ridiculamente, em alarde. Se das segundas não temos visto muitas, encontramos, em muitos blogues, posts (inocentes, surreais para quem não entende) que só podem ser mensagens, cartas, de amor. Há quem coloque imagens para alguém, quem escreva poemas para destinatários queridos... e nós, do alto da nossa meta-bloguice, nem percebemos."

Não posso estar mais de acordo; o amor, o verdadeiro amor, corre a rodos nestes milhares de posts aparentemente generalistas que circulam à frente do nosso nariz. Só se atentarmos bem, conseguiremos descortinar em muitos deles mensagens, mais ou menos crípticas, que irão direitinhas ao coração de alguém. Mas, na maior parte das vezes, nós não conseguimos (recusamos?) ver todos esses romances, maioritariamente platónicos, que se passam mesmo debaixo dos nossos olhos.

Já aqui citei uma vez Saint-Exupéry, mas volto a fazê-lo: on ne voit bien qu'avec le couer!

Não há amor na blogosfera? Só para quem não o quiser ver!

Cabala

É pá, tenham cuidado com o que escrevem neste blog, pá, porque ele pode estar sob escuta, pá!

Quando não se tem nada para dizer, fala-se do tempo!

Tive que sair agora, e não é que o meu carro, parado aqui à porta do escritório (roam-se de inveja, lisboetas), marcava 46º? Eu vou dizer outra vez: o meu carro marcava 46º! Quarenta e seis graus Celsius!

Como é que eu posso compreender quem está sempre a desejar o Verão e o tempo "quentinho"?

Gelados

"Tootsie frutti, Ice cream!"
(Groucho Marx in "A day at the races")

Este é imperdível!

Na colecção de DVDs que tem saído à quinta-feira com o "Público" têm aparecido títulos fabulosos; mesmo assim, aceito que nem toda a gente aprecie a genialidade de um "Paris, Texas", de Wim Wenders, ou a exuberância de um "Gato preto, gato branco", de Emir Kusturica.

No entanto, o filme de hoje é imperdível: "A canção de Lisboa", de Cottinelli Telmo, com Vasco Santana, Beatriz Costa e o grande António Silva. O tal do esternocleidomastóideu!

E, já que vão ao quiosque, reservem já os das duas próximas semanas: "O Costa do castelo" e "O leão da Estrela".

Curiosamente, a beleza destes filmes só foi reconhecida muito depois da sua realização - na altura foram muito mal recebidos pela crítica, e foram, de certa forma, flops.

2003/07/30

Lisboa

Hoje estou provocador; apetece-me confessar mais uma heresia.

Detesto Lisboa. Só gosto de Lisboa vista de longe - da esplanada do "Atira-te ao rio" em Cacilhas, por exemplo.

Arquitectura

Que me perdoem os mais puristas, mas parece-me que Frank O. Gehry (o arquitecto imcumbido do projecto do putativo casino de Lisboa, para os mais distraídos), "já deu o que tinha a dar".

O homem fez o Guggenheim de Bilbao, é verdade, mas sabem qual foi a sua intervenção para a criação desse prodígio? Dobrar uns guardanapos no restaurante, fazer uns riscos avulsos depois do almoço, como aqueles que nós fazemos enquanto estamos ao telefone, e pronto. Depois, um batalhão de japoneses e equiparados, apetrechados com milhares de gigas de informação, e outro tanto de inteligência, transformaram os "rabiscos" do mestre em algo consistente, e a obra surge. A sua equipa é que é genial.

É o "mesmo" que se vai passar cá; o velhote é só foclore!

Não percam, brevemente, outro sacrilégio: desmontar o bluff que, para mim, é Álvaro Siza Vieira - e não, não tem nada a ver com ele ser comunista!

Bons arquitectos? Deixo-vos, para já, entre os contemporâneos, com os nomes de Zaha Hadid, Tadao Ando (que é auto-didacta, como Le Corbuisier - nunca estudaram arquitectura numa universidade) ou Manuel Graça Dias.

Não é justo!

Logo agora, que o meu Lourenço aprendeu a pedir o bacio, é que o Governo decidiu baixar o IVA das fraldas! Não poderá ter efeitos retroactivos?

Chopper

-Whose motorcycle is this?
-It´s a chopper, babe!
-Whose chopper is this?
-It´s Zed´s!
-Who´s Zed?
-Zed's dead, babe; Zed's dead!

(Diálogo entre Maria de Medeiros e Bruce Willis no filme "Pulp Fiction", de Quentin Tarantino)

40º

Está um calor que não se pode. E o Ministro do Ambiente não faz nada!

Vasco Graça Moura

Não sei se me devia penitenciar por isto, mas gosto do estilo rápido e romântico dos romances de V.G.M.. Gostei da caracterização das personagens de "Era de noite, meu amor", e, apesar de um ou outro "deslize" de estilo, gostei d'"O enigma de Zulmira".

Para mim, um bom escritor reconhece-se por saber descrever uma cena de sexo com um mínimo de recurso a clichés, e - mais difícil ainda - sem se tornar pretensioso ou ridículo. E V.G.M. consegue-o.

Para apreciadores

Nem toda a gente apreciará isto, mas eu, que adoro a "minha" Serra Mãe, fiquei felicíssimo. Então não é que o Presidente da Comissão do Círio (romaria) de Azeitão me convidou, a mim e à minha família, para participar na edição do próximo ano, o que significará pernoitar numa das celas do conventinho onde dormiam os frades, há séculos?

Eu, que até nem gosto que o tempo passe depressa, agora estou ansioso por que chegue o próximo ano.

Ovelha negra

As melhores famílias têm sempre alguém que as envergonha: no caso do PSD, chama-se Alberto João Jardim, o mais alarve e boçal político deste jardim.

Não aprecio o estilo truculento, pós-"Público", de Vicente Jorge Silva, mas, por um momento, empatizei com o homem. Quando V.J.S. propôs que se referendasse a independência da Madeira, deu-me um gozo extraordinário ver o ar assustado de Jardim, ao sentir a ameaça do corte da torneira - "pai, dá-me a minha mesada que eu já sou crescido".

O Cavaco é que o sabia pôr a falar fininho...

2003/07/29

Para desanuviar...

Oiçamos "Fuzzy", de Grant Lee Buffalo (reservei o CD de Grant Lee Phillips na FNAC, e não é que, depois de me terem feito esperar uns três meses, os sacanas me escrevem a dizer que estava esgotado?).

Aficcionado

Não nasci a gostar de touradas; foi um gosto adquirido, por motivos que poderei explicar a quem o mereça. Não gosto de caçar, mas respeito os caçadores. Não gosto de futebol, mas não me importo que, à segunda-feira, não se consiga falar de outra coisa. Em suma, respeito toda a gente que tenha gostos e opiniões diferentes da minha, desde que sustentados.

É o que se passa com R.L., com quem iniciei há algum tempo uma saudável discussão noutro blog, e que agora me vem acusar, no seu próprio blog, de me ter sentido "cansado" dessa mesma discussão.

Mea culpa! Senti-me cansado, sim, porque percebi rapidamente que a discussão não iria ser profícua, dado o total antagonismo de posições, e também porque, confesso, luto sempre por aquilo em que acredito, mas tenho pouca capacidade de "evangelização" quando tento convencer o meu próximo da bondade das minhas causas.

Mas, voltando um pouco atrás, há que perceber o que vai na alma de um aficcionado (e atenção, que não estou a falar da "feira de vaidades" do Campo Pequeno, mas da verdadeira fiesta nos pueblos, em Espanha). A luta é desigual? Sê-lo-á, porventura, mas resta saber quem é o mais forte nessa luta; se o toureiro, apetrechado apenas com um pano e a sua inteligência, ou o touro, com 500 quilos de força bruta capazes de matar um homem em segundos.

E muitas vezes o homem tem perdido!

A alegada falta de coerência entre dizer que se gosta do um touro, e depois vê-lo morrer na arena, apenas pode ser sentida - nunca explicada. No entanto, é evidente que ninguém pensa em adoptar o touro como bichinho de estimação. "Gostar de um touro" significa considerar que aquele é um animal nobre, eventualmente de belo porte, criado exclusivamente para a luta da sua vida, ao fim de quatro ou cinco anos de vida livre na lezíria (peço perdão a R.L., mas não discutirei aqui a hipótese por si aventada de o touro, por só conviver com machos, poder desenvolver comportamentos homossexuais).

E não se pense que o touro perde sempre essa luta! Ainda que não sejam frequentes, são diversos os casos em que, atendendo à bravura do animal, a sua vida é poupada para que sirva de semental da raça.

Vejamos agora os argumentos dos detractores das touradas; o mais recorrente equipara os touros a seres humanos, alegando, por exemplo que, se se permitem touradas, também se deveriam voltar a enviar cristãos aos leões, ou outros dislates do género. Ora, é para mim líquido que, enquanto existirem seres humanos com verdadeiras necessidades, todo e qualquer pensamento de privilégio para com animais irracionais (é assim, pelo menos, que a ciência os define), soa a pura hipocrisia.

Como hipocrisia poderá também parecer que estas pessoas, depois de se manifestarem, com evidente falta de respeito para com quem gosta de touradas, se sentem à mesa a comer animais criados e abatidos sabe-se lá em que condições (que me perdoe R.L., que se afirma vegetariano, mas acredite que há muitos dos seus correligionários que se deliciam com uma bela costeleta de novilho).

Como também não me explicam porque não fazem expedições pela província, impedindo a festa da matança do porco, o abate de coelhos com uma pancada na cabeça, a decapitação das galinhas, o afogamento de gatos ou cães recém nascidos, ou, mais prosaicamente, a ida para a panela de caracóis vivos. São todas formas de infligir sofrimento aos animais, não são? Ou será que os fins justificam os meios?

Mas não; as touradas são o seu alvo preferido, por ser o mais fácil. Caro R.L., e restantes leitores: não sou sádico, mas gosto de ver tourada. Não sofrerão mais que o touro, o burro ou o cavalo que, usando a vossa deliciosa equiparação à raça humana, vivem vidas de autêntica escravidão e trabalho para além dos limites?

Não vos peço que gostem de touradas, nem tampouco que as vejam; a única coisa razoável que peço é que respeitem quem gosta, ou então sejam coerentes e tentem, em primeiro lugar, impedir os massacres de seres humanos por esse mundo fora!

Janeiro

Chamem-me depressivo se quiserem - já estou habituado, se bem que preferisse "romântico" - mas prefiro os dias chuvosos de Inverno, em que já é noite às cinco da tarde. Já viram bem a cor do mar nesses dias?

Outra canção

Já não é a primeira vez que isto me acontece; deitar-me a pensar numa canção, e acordar a pensar noutra. A escolha desta manhã vai para "Little Nemo", uma antiguidade dos Genesis (mas não tão antiga que ainda tivesse sido cantada por Peter Gabriel - pertencia ao primeiro álbum pós-Gabriel: "And then there were three..."). Começa assim:

Little Nemo rubbed his eyes and got out of bed
Trying hard to piece together a broken dream


Um bom dia de trabalho ou de férias!

Directamente, sem passar pela casa "Partida"

Directamente para o top, é para onde vai esta pesquisa "fresquinha" num motor de busca: um leitor, de interesses - hum... - invulgares, veio aqui parar inserindo, como palavras chave para a sua pesquisa, a combinação "paulo+portas+independente+amigos+de+cama".

2003/07/28

Mais uma música para dormir:

The Raincoats a cantarem "Babydog".

Por mim, podem ir todos...

Por estes dias só oiço falar de Algarve, Algarve, Algarve; quem ainda não foi, há-de ir, e quem não pode ir, fica com pena. Pobres coitados; não sabem que o Algarve é como o marisco - só começa a ficar bom nos meses com a letra "R" (o melhor mês é Fevereiro, mas não espalhem).

E eu, que não posso ter férias este ano, fico aqui a sonhar com a Galiza e as Rias Altas...

Ganda barraca!

Eu para aqui a dizer, a torto e a direito, que o Swatch Manoel de Oliveira se chamava "Curta metragem", e afinal parece que é "Take one"! Onde é que eu fui buscar esta?

A esquerda mexe-se!

Não há nada que não sirva aos pseudo-detentores da verdade esquerdistas para pedir a demissão do ministro Paulo Portas. Até agora, tem sido - e está para durar - o facto de ele ter sido testemunha no processo da Universidade Moderna. Espero que os meus superiores nunca venham a saber que também eu já testemunhei em processos, ou poderei estar em risco de perder o emprego.

Curiosamente, nunca ouvi essas esclarecidas cabeças pensadoras dizerem uma palavra que fosse sobre o caldo de promiscuidade em que o putativo líder do PS/ Presidente da República/ Presidente da Câmara de Lisboa/ candidato ao Parlamento Europeu (riscar o que não interessa) João Soares andou envolvido enquanto Presidente da Câmara de Lisboa. Ele foram obras da Câmara pagas pela Moderna, obras da Moderna feitas sem licença, e até obras no Colégio Moderno, propriedade dos "Kennedys portugueses" (este pedantismo só para rir), sem licença, nem tampouco projecto. Contudo, neste último caso, Soares júnior teve a amabilidade de nos informar que "a lei foi razoavelmente cumprida", de onde eu infiro, com legitimidade, que, se pagar apenas metade dos meus impostos, estarei a cumprir também "razoavelmente" a lei. É escandalosa - isso sim - a impunidade deste fulano!

Mas, voltando a Paulo Portas, vem agora a nossa intelligentzia canhota pedir a sua demissão, na sequência do pedido de demissão do Chefe do Estado Maior do Exército, General Silva Viegas. Desconhecem, com certeza, todos estes candidatos a crucificadores de Portas, que no nosso Estado de Direito, o poder militar se encontra subjugado ao poder civil - ao contrário, por exemplo, do que sucedia no regime militar do Iraque, até à queda de Saddam Hussein.

Exigir a demissão de P.P. devido à saída intempestiva de Viegas (que, recordo, foi imposto no cargo por Guterres, contra a vontade das altas patentes militares), seria tão caricato como pedir ao dono do restaurante que fechasse o estabelecimento, porque o chefe de mesa se demitiu.

Recado

A rede aqui do escritório hoje teve um colapso e, como resultado, não tenho internet no meu gabinete. Vim só aqui dizer, num instantinho, que, se postar hoje, só deverá ser lá para a noite.

2003/07/27

Notícias relevantes

Há já muito tempo que não compro o "Expresso". Não sou nenhum iluminado, mas já tinha percebido há uns anos o que agora toda a gente vê: que o nível do jornalismo praticado naquela casa está, mais ou menos, ao nível da sarjeta.

Ontem, por exemplo, e ao que sei por vários blogs, e também pela consulta do site (não faço link, porque a consulta do jornal online é paga), a principal chamada de capa refere-se a um juíz que se candidatou ao Supremo, e que ao seu processo de candidatura adicionou dois documentos não obrigatórios: um provando a sua descendência nobre, e outro provando a sua opção homossexual.

Não me interessa aqui discutir se estes dados pessoais do senhor serão indispensáveis para uma boa apreciação do seu processo de candidatura; resisitirei também, por muita curiosidade que me tenha despertado a informação, a especular sobre qual a entidade que estará em condições de passar um documento comprovativo da opção sexual de outrém.

O importante aqui é saber se algum tablóide, do mais sensacionalista que exista, chamaria este assunto para principal destaque da sua edição. O "Expresso", contudo, fê-lo, e - quiçá? - talvez tenha ganho mais um nicho de mercado. A juntar à "Hola" e a uma ou outra revista de decoração avulsa, observo cada vez mais gente a levar também o famoso saco de plástico para casa.

Tenho, aliás, uma teoria para justificar o interesse desmedido do português médio pelo "Expresso", em lugar de semanários com muito melhor qualidade de informação, mas muito menos espessura, como é o caso d'"o Independente". É simples; alguma vez observaram um "portuga" típico num hotel estrangeiro, num pequeno almoço de buffet?

Eu conto-vos: atafulha o seu prato com uma quantidade inverosímil de coisas, a maior parte das quais não comerá. Mas fá-lo, apenas porque entende que se puder recolher mais comida, pagando o mesmo, incrementará a sua relação preço-quantidade. Esquece-se, no entanto, que tal procedimento não melhorará, necessariamente, a relação preço-qualidade.

Adaptem este raciocínio ao tamanho do "Expresso", vejam o que se consegue "espremer" de relevante daqueles "não-sei-quantos" quilos de papel, e depois digam-me qualquer coisa.

Domingo

Eu sei que hoje é dia de descanso, mas eu tenho o dia muito ocupado pelo que, provavelmente, este vai ser o único post que aqui deixo. Vamos lá ver se alguém sente a minha falta.