2003/07/15

Morar na cidade?

Sempre me fez confusão a fobia que algumas pessoas têm por morar perto "de tudo"!

Há dias ouvia dois amigos meus, que não se viam há muito, a falar. Um perguntava ao outro onde morava agora, e o segundo respondia que morava em tal sítio, que era muito bom, pois descia-se à rua e, logo ali, havia o Banco X, o Supermercado Y, a auto-estrada passava nas traseiras; Enquanto isso, o primeiro ia corroborando, acenando afirmativamente. Mas que mundo é este?

Porque é que toda a gente só está bem no meio da confusão? Ainda hoje fico aterrado, quando penso no que iria na cabecinha de um milhão de almas, que se "ensanduicharam" durante uma noite inteira - a última - na Expo 98. E a fazer o quê? Nada, era só para estar lá no meio.

Outra história: um outro amigo meu tinha uma casa para vender, um andar num sítio espectacular, entre pinheiros, mas relativamente perto da civilização. Um dia apareceu-lhe lá alguém que gostou do andar; só que, no entender dessa pessoa, o mesmo tinha um defeito. Ficava numa zona demasiado calma, e ele acabou por escolher um outro, sito num local em que, segundo as suas palavras, "bastava atravessar a rua e estamos no hipermercado".

Não consigo perceber isto; será preferível morar num "alvéolo" do Parque Expo, só porque é lá que está "quem é quem", em vez de procurar o campo e o sossego?

No outro dia, dizia-me alguém que não conseguia sobreviver sem sentir o "bulício" da cidade; eu, quando vou à cidade, fico "buliçoso"!

Serei eu um doente rústico? Só sei que, se me oferecessem uma casa em Lisboa, apenas lá iria para colocar um letreiro a dizer "vende-se".

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