2003/07/20

Algum dia tinha que ser!

Nas minhas deambulações pela blogosfera, encontro muita coisa; por exemplo, ainda agora, encontrei um blog de uma senhora papoila, que se diz muito indignada com a situação de excepção de que gozam os habitantes de Barrancos, isto no que toca à autorização para matar o touro na arena.

Eu também acho que está mal; essa autorização devia abranger, obviamente, todo o país - a hipocrisia tem limites, irra!

Toda a gente sabe que o touro, nas corridas portuguesas, é abatido à posteriori, já em situação bastante debilitada e, na maioria dos casos, com febres e outros sintomas de grande sofrimento. Mas, para os intolerantes que não apreciam a festa brava, parece que "longe da vista, longe do coração"!

A solução para estas almas, que - ordinariamente - se entretêm a epitetar outros cidadãos, só porque não partilham dos mesmos gostos, de "aburguesados", "marialvas" ou "novos ricos" (cito de cor), a solução, dizia, parece-me óbvia: se não gostam, não vão!

Aproveitem o tempo a comer os vossos franguinhos assados, abatidos com duas semanas de vida, ou uma bela sapateira cozida viva, e afastem-se prudentemente de matadouros e afins, porque - e desculpem-me outro aforismo (ou o mesmo de cima, mas por outras palavras) - "o que os olhos não vêem, o coração não sente"!

Eu, e outros como eu, continuaremos a atravessar a fronteira muitas vezes, para arcarmos sozinhos com a culpa e o remorso de ver morrer na arena animais com 4 ou 5 anos de vida em liberdade.

Não queria ter falado já sobre as touradas, mas irritou-me esta forma maniqueísta de colocar as coisas.

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