2003/08/25

A nossa liberdade termina onde começa a liberdade dos outros!

Este talvez seja o título mais longo que já escolhi até agora para um post, mas o assunto justifica. Como alguns sabem, tenho uma cadela; chama-se "Fraldas" e é uma basset hound. Quem conhece a raça sabe quão pachorrentos são estes cães. E a "Fraldas" faz jus à raça: é a cadela menos agressiva que eu já alguma vez vi. O meu filho Lou, antes de fazer um ano de idade, já se montava no seu dorso e puxava-lhe as grandes orelhas. Nunca vi ou ouvi da "Fraldas" mais do que um simples resmungo.

Não obstante tudo o que acabei de dizer, sempre que a "Fraldas" vai à rua, fá-lo pela trela (excepto situações muito pontuais, de visitas à praia no Inverno). Insisto nisto, não evidentemente porque ache que a cadela se vá atirar a alguém, mas porque sei perfeitamente que existe quem se sinta incomodado com cães, e até quem tenha dos mesmos um pânico de morte. Mais do que discutir este tipo de atitudes, é fundamental ressalvar uma coisa: é absolutamente legítimo que quem não goste de cães possa andar na rua sem ser incomodado por cães alheios (os vadios já levantam uma questão colateral)!

Contudo, há quem assim não pense. Ainda este fim de semana vi uma cena na Zambujeira que me revoltou e chocou: uma menina, com não mais de cinco anos, brincava com uma trotinete frente a várias esplanadas. De repente, um cão bem tratado, de porte médio e coleira, começou a correr atrás da menina, provavelmente para brincar. A menina ficou assustadíssima e começou a chorar, mas pensam que o "educado" dono do cão se levantou e chamou o animalzinho? "É o chamas"! Não tentasse este vosso amigo enxotar o cão e, principalmente, não se distraísse o bicho com qualquer outra coisa, e ainda a menina lá estaria a chorar. Mais tarde, uma madame com uma mini-saia que já lhe deve ter ficado bem há uns vinte anos, levantou-se discretamente e assobiou ao animal que prontamente obedeceu.

Não me interessam argumentos do tipo: "ele não faz mal nenhum!" Eu - e qualquer pessoa - não sou obrigado a "levar" com os cães dos outros, principalmente de uma nova cretinice emergente que se dedica a criar raças perigosas, como rottweillers ou dobermans, e a passeá-los - sem trela! - em parques infantis, como sucede, por exemplo, em Setúbal.

Ainda há dias um amigo me contou que uma conhecida cantora, mais famosa pela sua alegada sexualidade alternativa, patuscava alegremente com umas "amigas", enquanto o seu encantador doberman investigava entre as mesas do Bar do Peixe, no Meco, incomodando todos os clientes, principalmente os que tinham crianças.

O civismo não é uma característica comum a todos, mas existe gente que deveria ser exemplarmente punida pela sua falta!

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