Tem sido anedótico observar como a esquerda cá do burgo se desdobra no apoio aos candidatos Democratas às eleições Norte Americanas, apenas e tão só porque eles concorrem contra os candidatos Republicanos. O raciocínio é tocante, de tão básico: se os Republicanos são de direita, nós apoiamos quem está contra eles porque, por exclusão de partes, devem ser de esquerda. A esquerda que nos calhou em sorte apenas aparenta ter o exclusivo da sabedoria, mas na prática pouco mais faz do que contrariar, por princípio, o que a direita aprecia - uma coisa assim meio infantil, se nós queremos sair, eles querem ficar em casa, com a agravante de arranjarem logo mil razões para condenar e achar ofensiva e opressora uma saída.
À esquerda falta perceber o óbvio: os valores americanos - que eu não aprecio especialmente, note-se - não se regem pela europeia dicotomia política da esquerda-direita clássica. Mas, se fosse possível enquadrá-los, ambos seriam sem dúvida de direita, de tão liberais que são nas economias, e tão conservadores nos costumes - e ambos, também, tão doentiamente nacionalistas que fariam o PNR parecer uns meninos de coro!
Mas a esquerda tem esta costela masoquista: festejaria, sem pensar, uma hipotética vitória de Obama ou de Hillary (mais do primeiro do que da segunda, pela iconoclastia), para daí a uns meses, quando eles mandassem tropas para um qualquer país terceiro mundista com cheiro a petróleo, terem que fazer malabarimos para dar o dito por não dito. Mas, tal como o Rui Castro, não me apetece estar aqui a explicar algo a quem já sabe tudo.
Governar
Há 12 horas
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