2003/10/15

Dia não oficial do dador de medula óssea



Sim, eu sei que o dia que a Ana escolheu para esta espécie de campanha ainda agora começou. Mas, como eu, daqui a bocado, terei que sair de casa muito cedo, e dificilmente terei acesso a um computador até à noite, vou deixar já aqui a minha contribuição; espero que não me levem a mal.

Como os mais atentos saberão, esta não é a primeira vez que aqui apelo à dádiva de medula óssea. Através dessa dádiva, poderá o leitor, sem qualquer tipo de risco para a sua saúde, vir a salvar pessoas que padecem de leucemia, em Portugal, na China ou em qualquer outro lugar.

O mais terrível sobre a leucemia - grosso modo, uma variedade de cancro que afecta o sangue - para além de ser, em muitos casos, mortal, é que se trata de uma doença com uma incidência particularmente chocante em camadas jovens. Como se trata de uma maleita que se propaga através da reprodução de células malignas, e como, nos jovens, devido precisamente à sua pujança, a reprodução das células se faz com maior vigor, dá-se este efeito irónico e perverso de tanto as células boas como as más serem reproduzidas.

Não me prolongarei mais sobre este assunto que, de resto, já abordei em posts anteriores. Apenas gostaria de acrescentar, em adenda ao que escrevi acima, que o processo de inscrição para potencial dador (que é reversível em qualquer altura, desde que o dador manifeste essa intenção) começa pelo preenchimento de um banal inquérito, que pode ser obtido no CEDACE-Registo Português de Dadores de Medula Óssea, situado em Lisboa, no Campo de Santana (ou Campo Mártires da Pátria), n.º 130. Para quem reside longe da capital, existe sempre a hipótese de proceder à inscrição através do site, ou de solicitar esclarecimentos adicionais pelos números de telefone 218823534/5.

Preenchido este questionário, e aprovado pelos responsáveis, é então o voluntário convocado para uma sessão de análises que, na prática, consiste numa vulgar recolha de sangue. Por fim, se vier a surgir algum paciente compatível com o nosso tipo de medula (e Deus queira que surja!), é então efectuada a colheita de medula propriamente dita; em relação a esta intervenção, que anteriormente era feita através de punção, o que poderia eventualmente impressionar os espíritos mais sensíveis, diz-me a minha amiga A. (que sabe bastante mais disto do que eu, infelizmente pelos piores motivos), que agora já se pode colher medula através doutra simples recolha de sangue - chama-se esta técnica citaférese.

Que este dia seja o princípio de algo bom, é o meu maior e mais sincero desejo!

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