2009/01/21

Donde saíu este cromo?

José Saramago, um dos espanhóis que melhor domina a língua portuguesa, manifestou, no seu blog, perplexidade por Obama ser "uma pessoa (é um homem, podia ser uma mulher) que levanta a voz para falar de valores, de responsabilidade pessoal e colectiva, de respeito pelo trabalho, também pela memória daqueles que nos antecederam na vida". A minha perplexidade é outra mas decorre dessa: mas qual será o político, seja de que quadrante for, que não invoca estes valores ao falar em público? Onde é que está a novidade? Até Hitler deve ter defendido a memória dos seus antecessores.

Até quando vai durar a adoração? Pouco faltará para vermos debates empolgados sobre o que Obama jantou, a marca de pasta de dentes que usa ou, ainda mais transcendente, o número que calça - e tudo isso passarão a ser novas referências mundiais, provindas que são do messias.

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