2009/01/21

Crise de imaginação

A Standard & Poor's é, provavelmente, a mais importante empresa de rating a nível mundial, o que, contudo, não é suficente para a transformar necessariamente numa instituição fiável, como infelizmente os seus graves falhanços têm vindo a demonstrar pelo mundo fora. Não obstante, é a agência que temos, e é a que avalia a performance das diversas economias espalhadas pelo globo.

Foi essa mesma Standard & Poor's que decidiu hoje aumentar o nível de risco Português de AA- para A+, concedendo mais uma machadada à nossa imagem internacional. Na prática isto significa que, da próxima vez que Sócrates e a sua comitiva forem tentar angariar um empréstimozito lá fora, no intervalo dos mediáticos joggings e das calinadas de "Piño & Lino", o seu interlocutor consultará a avaliação de risco disponível, e far-lhe-á a cara do tipo do banco quando lá vamos pedir mais um empréstimo para um aspirador especial de corrida, e o monitor mostra que ainda lá se encontram por pagar as prestações da viagem ao Brasil, do plasma que ocupa uma parede da sala ou do leasing do BMW.

Interessante, no entanto, é ouvir a naturalidade com que o Governo, pela boca de Teixeira dos Santos, explica tudo com esta crise de tão largas costas. Só falta explicar por que razão, se é de uma crise internacional que se trata, apenas Portugal e mais dois países foram penalizados, e apenas um país europeu, a Grécia, apresenta um rating inferior ao nosso. A crise, pelos vistos, não é para todos.

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