2004/06/11

Reflexões

"Foram já as bodas de prata, comemoradas em solidão"
in "Saíu para a rua", letra de Carlos Tê, música e interpretação de Rui Veloso


Este blog aproxima-se do seu primeiro aniversário, que ocorrerá, se Deus quiser, na próxima segunda-feira, dia 14. Comecei esta aventura no boom inicial dos blogs, e tenho-me deixado ficar porque me sinto gratificado ao "despejar" para um computador (quase) tudo o que me vai na alma. Não preciso de ser alinhado, e por isso sempre pautei a minha escrita neste espaço por uma sinceridade e franqueza que quase desconhecia na minha vertente pública.

Muitas coisas, com diferentes importâncias, aconteceram em doze meses na minha vida; mudei de emprego, o meu filho cresceu, o meu Alfa Romeo ficou, finalmente, pronto, voltei às corridas, e, principalmente, muitas pessoas que não conhecia passaram a ler as minhas divagações, e outras, que me conheciam superficialmente, começaram a ver-me com outros olhos - se a impressão causada pela novidade foi positiva ou negativa não me interessa discutir agora.

Vi acabarem blogs que adorava, nascerem muitos de qualidades diversas, mas continuei sempre nesta minha missão, apesar de saber que o Serra-mãe nunca foi (e, com toda a probabilidade, nunca será) um blog de referência.

A média de visitas tem-se mantido sem grandes alterações, mas confesso que algo me preocupa cada vez mais: o número de comentários aos posts que aqui deixo tem vindo a decrescer exponencialmente, o que me leva a crer que as coisas que escrevo têm vindo a esvaziar-se de interesse. Serão, com certeza, fases na vida de uma pessoa, que se reflectem directa ou indirectamente na forma como se escreve, mas não posso esconder que me sinto desiludido e até algo triste com isso. No entanto, continuo a escrever porque gosto, e como sei que tenho pelo menos um leitor garantido (moi même, narcisisticamente), o blog não vai parar, pelo menos para já.

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