A minha semana em Peniche está a chegar ao fim; mal conhecia esta terra maravilhosa, mas fiquei adepto incondicional. E ainda menos conhecia as suas gentes, como é natural. Agora, já conheço um pouco melhor alguns penichenses, e constato, com grande alegria, que a esmagadora maioria tem um apego e orgulho na sua vila notáveis.
Consigo até encontrar alguns pontos comuns com os azeitonenses: não serão todos, mas a verdade é que muitos penichenses nutrem uma paixão desmesurada pelas Berlengas. Para quem não sabe, as Berlengas são ilhas, às quais esta gente vai sempre que pode. E fazer o quê? Acampar, passear, mergulhar, enfim: ir!
Metem-se nos seus barcos semi-rígidos e aí vão eles, atravessando esta amostra de oceano traiçoeiro que medeia entre o Cabo Carvoeiro e a "sua" ilha. Durante a semana, é vê-los a combinar: "vais à Berlenga este fim de semana?". Não têm nenhum objectivo enunciável - vão às Berlengas apenas por as amarem!
Os azeitonenses, por sua vez, veneram a Serra da Arrábida; qualquer azeitonense que se preze já calcorreou os caminhos da serra, já acampou na areia do Portinho, já se perdeu no Conventinho - em suma, todos os azeitonenses, herdeiros bastardos de Sebastião da Gama, sentem a "Serra-mãe" como sua, tal como as gentes de Peniche "possuem" as Berlengas!
Como é que querem que eu goste de Lisboa? O que é que eu teria lá para me afeiçoar? O Colombo?
2003/09/25
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