2008/10/10

Uma não-questão

A dúvida é pertinente: o que levará a esquerda, outrora tão rebelde em relação a instituições pequeno-burguesas, como o casamento ("apenas um papel"), a reclamar agora esse inalienável direito, especialmente para quem quer casar com uma pessoa do mesmo sexo? E o que os faz achar que esse é o assunto mais importante da actualidade, a ponto de poder eclipsar crises mundiais sucessivas?

Não arriscarei respostas, apesar de as imaginar - a esquerda vai perdendo, aos poucos, a capacidade romântica de nos surpreender, de tanto estafar os mesmos estribilhos. Mas sempre digo que, para mim, e penso que para a generalidade dos portugueses razoáveis, a legalização do casamento gay tem mais ou menos o mesmo grau de urgência que a construção do aeroporto internacional de Freixo de Espada à Cinta (o que, com a imprevisibilidade deste Governo, que até desilude os próprios deputados, provavelmente já está contemplado nalgum futuro Orçamento de Estado).

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