2006/06/12

A ternura dos quarenta

Este blog teve a característica original de acompanhar o final da minha quarta década de vida (os "trintas") e a entrada na quinta (os "quarentas"). Se bem que pareça um lugar comum, a verdade, verdadinha mesmo, é que muita coisa mudou "aqui dentro" com este franquear.

Houve diversos e importantíssimos factos que aconteceram nestes quase três anos que modificaram de forma irreversível a minha vida, mas houve também mudanças de atitude importantes, quando percebi que me estava irremediavelmente a afastar da minha juventude. Uma das principais diferenças que noto, e pela qual já me fizeram pagar a incoerência, foi o meu súbito interesse pelo futebol, quiçá por falta de coisas mais apelativas por que me interessar. Mas nada de precipitações! Consigo ver um jogo de princípio ao fim mas, em relação por exemplo aos lugares que cada jogador ocupa em campo, continuo a apenas distinguir o guarda-redes e todos os outros. Isto para grande desespero de quem me acompanha ao estádio (do Vitória de Setúbal, claro!), e que, com grande paciência, me vai elucidando sobre mudanças de flanco, faltas de ânimo e outras preciosidades do género (obrigado, F.C., grande amigo!).

Mas, se há coisa para que ainda não consegui a devida garra (e, nesta fase, duvido que venha a obtê-la já), é para embandeirar (literalmente) em relação à selecção Nacional. Que me desculpem os mais nacionalistas, e acreditem que gostaria tanto que os portugueses ganhassem este Mundial como qualquer um de vós - apesar de confessar que, se tivesse dinheiro para apostar, o faria no Brasil, ou melhor, na sua selecção. Talvez a coisa melhore, mas para me galvanizarem têm que passar a jogar bem melhor do que fizeram esta noite. Depois falaremos.

Entretanto, lembrem-me um destes dias de postar aqui qualquer coisa sobre outras mudanças fundamentais que chegaram com os quarentas - as que já chegaram e as que podem estar para vir.

2 comentários:

Anónimo disse...

Isto da vida tem q se lhe diga... e aos quarenta a paciência é mais selectiva, o amor é mais profundo e a ternura não tem limites...
Bem vindo !
Paula

Aldino Brito disse...

Obrigado, Cris, por achares que eu mereço ir para o Brasil; realmente estou a necessitar de férias e conto atravessar outra vez o Atlântico ainda este ano...

Quanto a essas constatações do que se passa "cá dentro" aos quarenta, Paula, penso que conseguiste sintetizar algumas das coisas boas que sinto - e que estou a gostar de sentir!

;)