2004/01/26

A morte

Soube ontem, um pouco depois de todos os meus compatriotas, pelos vistos, que um jogador do Benfica tinha morrido logo após um jogo de futebol devido a uma síncope cardíaca. Acreditem ou não, nunca tinha ouvido o nome do jogador em questão, apesar de militar numa das principais equipas portuguesas. Agora já sei: chamava-se Feher, e era húngaro.

A morte deste jovem impressionou-me bastante, como a toda a gente, de resto; mas muito mais me impressionou a autêntica guerra de imagens e títulos que os abutres do costume usaram na sua ânsia por audiências. As imagens do jovem a sorrir, e a cair em seguida na relva, passaram em todas as estações de televisão até à náusea. Todos os jornais de hoje chamavam o tema à primeira página, com títulos a condizer - até o sóbrio "Público" apresentava em destaque o cinematográfico título "Morte no estádio"!

Como já disse antes neste blog, e ao contrário da Ana, convivo mal com a ideia da morte, principalmente quando inesperada e assim injusta; mas convivo pior ainda com este tipo de gente que chafurda na desgraça alheia, arautos de uma espécie de moralismo de pacotilha. Mas compreendo a fobia: morte, directo, futebol, é uma trilogia irresistível - alguns só devem estar a lamentar não ter havido sangue!

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