2003/11/07

Raindrops keep falling on my head...

Eu já vos tinha avisado; em determinadas circunstâncias, a minha tendência para o kitsch é assustadora e patológica. Em alturas de maior desespero, até já cheguei a ler um livro de Margarida Rebelo Pinto, vejam lá!

Desta vez não cheguei a tanto; contudo, na passada Quarta-feira à noite, sozinho em Portimão e sem saber bem o que fazer, decidi-me por ir ao cinema. Menos mal; o filme era piroso, sim, mas de uma piroseira politicamente correcta, se é que existe o termo: "Kill Bill", o último da saga do genial Quentin Tarantino que, no entanto, nunca mais recuperou a mão para os flashbacks e desmontagens temporais de "Pulp Fiction" (que outro filme acaba com os protagonistas a sairem de um café onde acabaram de tomar o pequeno almoço, e de evitar um assalto, quando sabemos de antemão que um deles - Vincent Vega, a personagem de John Travolta - morreu a meio do filme?).

Mas o pior não foi isso; depois de comer uma sopa da "Companhia das sopas" (será isto kitsch?), resolvi visitar a Worten, uma espécie de bazar de quinquilharias no que a CDs diz respeito. E adivinharão os meus queridos leitores que CD comprei? Não precisam, eu digo-vos: uma colectânea com cinquenta temas - cinquenta! - de Burt Bacharach, interpretados por pirosos que vão de Dionne Warwick a Elvis Costello. E o pior é que ando com as músicas na cabeça; não paro de cantar "I say a little prayer for you", que no CD surge pela voz de Aretha Franklin, ainda que eu prefira a versão dos Gene.

Que vergonha!



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