2008/10/02

Um raio que os parta!

Sempre foi assim: aqueles que têm coragem para afirmar alto e bom som aquilo que todos pensam ou dizem em surdina, rapidamente são apodados dos mais diversos epítetos, normalmente por outros que sempre se remeteram ao confortável silêncio das lesmas, mas que aproveitam desde logo a oportunidade para se colocarem em bicos de pés.

Desta vez os protagonistas foram políticos. O CDS apresentou hoje um conjunto de iniciativas destinadas a combater a criminalidade, pegando precisamente naquilo que todos comentam mas ninguém assume: que é uma evidência que, cada vez mais, os crimes violentos de que todos ouvimos constantemente notícias, são praticados por cidadãos estrangeiros que, legal ou ilegalmente, se encontram a residir no nosso país.

É fácil perceber que, com problemas de desemprego, fronteiras abertas e atitudes culturais substancialmente diferentes, nomeadamente no que toca à violência, se torna mais natural para um desenraizado enveredar pelo crime, do que para um nativo. Não quero com isto dizer que não haja portugueses que sejam párias da pior espécie, ou que não existam imigrantes honestos e empreendedores - mas, precisamente para separar as águas, é essencial que algumas das medidas hoje propostas, como a possibilidade de expulsão liminar do país de todos os cidadãos estrangeiros condenados por um crime ou a retirada do Rendimento Social de Inserção a beneficiários (neste caso portugueses ou não) condenados pela prática de crimes como “roubo ou tráfico de droga” se tornem urgentemente efectivas. A mensagem subliminar é simples: quem vier por bem, é bem vindo, mas quem vier com má intenção não é cá desejado.

O outro protagonista da história, o crítico militante, é o palavroso Bloco de Esquerda que, de tão prolixo, pouco tempo acaba por ter para actos. Luís Fazenda acusou desde logo o CDS de "xenofobia" e de "instigar ao ódio social". A mim pouco se me importa que levem o carro do Sr. Fazenda num semáforo ou que assaltem a casa do Sr. Louçã. O que me preocupa, e o que deve preocupar a maior parte dos portugueses, é o clima de insegurança que se começa a viver, e o país que eu quero deixar aos meus fihos. Mas o que preocupa o folclórico Bloco é perceber precisamente isso: que, face aos factos, os portugueses estão pouco disponíveis para divagações poéticas sobre vidas em harmonia com os que são diferentes. E, ou todos estes imigrantes que nos entopem a segurança social (o primeiro local que eles descobrem em Portugal) para requerer subsídios diversos, enquanto trabalham clandestinamente noutras áreas - muitas vezes sem ter sequer o pudor de o disfarçar - ou todos eles, dizia, arrepiam caminho e assumem a atitude educada de respeitar quem os acolhe, ou, pelo menos aqueles que não derem sinais de um mínimo de postura, poderão ir recambiados rapidamente para os seus países, de onde nunca deviam ter saído.

Xenófobo, eu? Só com quem não me respeita. Não será afinal a xenofobia segregar pessoas de diferentes nacionalidades? E o que fazem, no fim de contas, esses imigrantes que assaltam e matam portugueses sem escrúpulos? Quem será mais xenófobo?

2008/09/30

Mais valia terem ficado em casa!

Na sequência do último post: será que a energia se gastou toda no aeroporto, ainda em Portugal?

Mas pronto, aqui está a prova de que existe uma espécie de justiça divina. O Porto, se houvesse justiça e seriedade, não deveria sequer ter posto os pés na Champion's. Fizeram os números do costume para conseguir furar sistemas e atingir, por meios obscuros, o que a legalidade não lhes permitia, mas para quê? Para fazerem estas figuras tristes?

2008/09/29

Ser portista

Cristian Rodriguez, o mais recente Judas do futebol português, aprendeu rapidamente os rudimentos do que é ser portista: a um jovem, provavelmente benfiquista (não é relevante, até porque eu próprio não o sou), que no Aeroporto Francisco Sá Carneiro lhe chamou "traidor", respondeu com o argumento dos burros: agredindo-o.

Profissional e digno, na senda de Bruno Alves, esse modelo de fair play que, na última temporada, nem sequer viu cartões amarelos...

Embirrações de estimação

Duas, logo para começar a série:

Alarves que se riem das próprias piadas, principalmente quando estas são cretinas e sem graça, como no caso, por exemplo, de José Carlos Malato.

Condomínios, condóminos e sucedâneos; o meu tirocínio nesta área, em pequenos prédios de província, não me poderia preparar nunca para o que viria encontrar num edifício com dois dígitos de fogos, ás portas ocidentais de Lisboa. Gente sem vida própria, que faz da manutenção dos elevadores ou da substituição das caixas de correio a missão de uma vida, como se daí dependesse a retoma económica dos Estados Unidos ou a sentença do caso Casa Pia. Gentinha com vidas pequeninas, normalmente reformados com saudades das mangas de alpaca e burocracias subsequentes, que acham que o facto de terem vislumbrado uma barata no átrio do prédio ou terem detectado um jantar de adolescentes (não autorizado formalmente) no terraço do prédio é motivo mais que suficiente para tocarem à campainha de um desgraçado às oito e meia, nada se compadecendo com o facto de, consabidamente, nos estarem a interromper o jantar. Uma história de terror.

2008/09/28

1925-2008


Paul Newman morreu. Vi "The Sting" com 10 anos, e mudou para sempre a minha perspectiva sobre o cinema. Talvez tivesse sido o primeiro filme para adultos (no sentido intelectual) que vi - pelo menos é o primeiro de que guardo recordações. Paul Newman era também um homem dos automóveis. Com 70 anos, tornou-se no mais idosos piloto a vencer as 24 horas de Daytona. Depois de James Dean e Steve McQueen, acabou hoje a geração dos actores verdadeiros.