2007/03/23

Constança, Júdice & outros "Zandingas"

Estaria rico se as sentenças de todos os "especialistas" que, desde há muitos anos, se dedicam, de forma quase obsessiva, a vaticinar a morte do CDS/PP e/ou do Vitória de Setúbal tivessem algum tipo de fiabilidade e eu ganhasse, digamos, um Euro por palpite certo. Infelizmente para essa minha putativa bolsa, mas felizmente para as instituições de que gosto, nenhum deles tem a capacidade de Garcia Marquez para anunciar mortes!

P.S.: Lúcida (sem trocadilhos), é a apreciação de hoje, no "Público", de Vasco Pulido Valente (não faço link para o jornal porque é pago, mas o Paulo Pinto Mascarenhas deu-se ao trabalho de scannerizar o artigo, o que desde já agradeço).

2007/03/21

Talvez durem mais um ano...

Há uns anos, fui dos primeiros a reconhecer-lhes o talento, ainda eles andavam por aqui, na blogosfera. Agora parece-me que o fedor se deve à putrefacção do bichano. O Gato Fedorento, como seria de esperar, rendeu-se ao mercado e adaptou-se a ele. A piada agora é formatada, repetitiva, quase revisteira em alguns casos. A subtileza perdeu-se para dar lugar ao riso fácil, ao trocadilho esperado, quase alarve, e os quatro jovens irreverentes que em tempos não muito distantes me fizeram rir às lágrimas, aburguesaram-se. Mudam-se os tempo, mudam-se os alvos...

Além disso, os rapazes têm ideias políticas, como é natural e desejável, especialmente numa época de tanto desinteresse social; discutível é, porém, o facto de não se coibirem de as misturar com o seu programa de entretenimento, numa promiscuidade aparentemente inocente, mas à qual subjaz uma perfeita consciência do seu efeito sobre o telespectador. Porque será que, do actual espectro político, apenas o Bloco de Esquerda é sistematicamente poupado às caricaturas da trupe? Só os ingénuos acreditam em acasos.

2007/03/19

Patético

A história é velha mas repete-se sempre; Fernando Nogueira, Ferro Rodrigues ou Marques Mendes sabem contá-la bem. Mas há sempre ingénuos para cair nela. To cut a long story short, nos períodos em que é pouco previsível que os partidos cheguem perto do poder, surge fatalmente alguém cheio de ambição e ingenuidade que pensa que vai fazer a diferença, e impor um novo rumo até às próximas eleições. Depois, quando se apercebe que apenas serviu para "cozer em lume brando", revolta-se contra o sistema de que voluntariamente fez parte e, numa estratégia de lémingue, apenas passa a acreditar na fuga em frente.

Como já alguns terão percebido, falo de Ribeiro e Castro; numa primeira fase, pós anúncio de candidatura à liderança de Paulo Portas, pensou que iria vender cara a pele, e até acreditou, nos seus sonhos cor de rosa, que se poderia manter líder do partido. Depois, ao ver os ratos, que antes o idolatravam, a abandonar o barco, percebeu que a sua única dúvida existencial seria se perderia o partido em directas, com 10%, ou em congresso, com 20%. Nessa altura, em desespero de causa, regrediu aos piores tempos da sua infância e pensou: "se não pode ser para mim, não será para ninguém!". E, na impossibilidade de deformar o partido com um ataque de ácido sulfúrico, resolveu destrui-lo por dentro com patéticas e desesperadas manobras que apenas visam protelar o seu inevitável declínio - uma política de terra queimada, muito aquém do que se pensaria ser expectável de alguém com este tipo de formação.

Só não esperava, confesso,que Maria José Nogueira Pinto se prestasse a este tipo de comportamentos perversos e manipuladores. Mas a senhora ainda não esqueceu o congresso de Braga em 1998, e acha que a vingança é um prato que se serve frio - e não se importa de prejudicar milhares de militantes e simpatizantes, na sua sanha de repôr a (sua) justiça.

Dignidade, por onde é que andas?