2008/01/08

O libertino já não passeia!



Não sei porque tropecei em Luiz Pacheco, logo eu, que nunca liguei muito a surrealistas. Talvez por ser de Setúbal, não sei - nem interessa agora. Sei que fiquei viciado, que comprei e li tudo o que o homem escrevia, e que andei anos a planear ir ter com ele ao lar de idosos onde estava, em Palmela, a meia dúzia de quilómetros da minha antiga casa, para lhe pedir um autógrafo e, sabe-se lá, talvez trocar umas impressões com ele.

Mas ele não esperou por mim; morreu no passado sábado, dia 5, e foi hoje cremado no Alto de São João. Fico com pena, por ele, mas também (perdoem-me o egoísmo) por mim, que vou perdendo as minhas referências.

Resta-me agora esperar pelo livro de entrevistas que estava prevista para este mês, por João Pedro George, chamada "O Crocodilo que voa", acho eu. Aliás, já li a maior parte delas no blog de JPG (o famoso processado por Margarida Rebelo Pinto, por ter denunciado os seus auto-plágios), e só não faço o justo e merecido link por me ter esquecido do nome do blog. Peço desculpa pela minha péssima memória, e entretanto, deixo aqui, numa espécie de compensação, o link para a entrevista que ele deu à precocemente falecida revista "Kapa" - provavelmente foi aí que me deu o clique...