2005/03/09

Diz-me o que fazes...

É curioso verificar como a vida académica pode influenciar definitivamente a maneira de ser de uma pessoa. A análise que farei a seguir baseia-se exclusivamente em observações pessoais e, portanto, subjectivas, pelo que as extrapolações poderão ser incorrectas ou injustas, apesar de me reportar a uma amostra de várias dezenas de pessoas. Mas, mesmo correndo os riscos que normalmente se correm quando se tenta generalizar, tenho reparado que:

Os advogados e juristas tendem a ser pessoas bem dispostas e, se não forem eles próprios donos de um sentido de humor fino, conseguem contudo perceber normalmente as subtilezas e ironias do discurso alheio. Por norma são cultos, ou pelo menos tentam cultivar-se, mas apresentam como desvantagem o facto de gostarem de passar a vida a invocar a sua profissão, e os casos com que se deparam no dia a dia. Se estiverem vários advogados juntos, então, o melhor mesmo é sair de mansinho.

Os arquitectos são normalmente pessoas que acham, lá no fundo, que este mundo é demasiado limitado para eles, pelo que tendem a ser incompreendidos eternos. São pessoas de trato agradável, mas o seu discurso resvala com facilidade para assuntos de teor mais etéreo, pressupondo que o interlocutor tem capacidade para acompanhar, o que nem sempre é verdade.

Os engenheiros costumam ser pessoas rigorosas e mais disponíveis para um humor simples do que para subtilezas "amaricadas". Gostam frequentemente de discutir questões em frente de um copo, e possuem uma inexplicável tendência para deixar crescer bigode, especialmente os do género masculino.

As pessoas que se formam nos cursos de Gestão ou Economia, talvez pelos elevados graus de exigência dos mesmos, acabam por se tornar algo solitárias, e até mesmo obsessivas em alguns casos. Não obstante, não deixam de ser pessoas agradáveis, e podem até tornar-se excelentes companhias, apesar de uma aparente insegurança que nunca os abandona.

Não conheço muitos médicos, mas parece-me que as características dos advogados se adaptam, mais coisa, menos coisa, a esta classe profissional, com especial ênfase ao facto de estarem constantemente a descrever-nos os pormenores da última operação que fizeram, de preferência enquanto jantamos.

Reclamações anyone?

2005/03/06

A primeira de muitas

Ontem foi um dia muito especial: o Lourenço participou, com 4 anos e um mês, no primeiro rali da sua vida. Tratou-se do Rali Alfasado, uma prova de regularidade histórica na região de Setúbal, e o mais importante é que o Lourenço, fazendo equipa com o pai e o seu fiel Alfa 1750 Berlina, ganhou redundantemente a prova. Isto quer dizer que o meu filho ganhou a primeira prova automobilística em que participou, com a idade de 4 anos.

Quanto ao resto, não consigo encontrar palavras para exprimir a alegria do meu petiz ao carregar dificilmente três taças nas mãozinhas, perante a desilusão de algumas dezenas de adultos.