2007/10/05

A má consciência da república

Neste dia, em que alguns comemoram o aniversário da implantação da república em Portugal, é bom lembrar que este regime apenas foi introduzido no nosso país na sequência de um crime hediondo perpetrado a mando dos seus partidários, e do subsequente golpe de estado que completou a urdidura. Antes disso, o regime monárquico e democrático vigente permitia a realização de eleiçõs livres, às quais concorria regularmente o partido republicano, não tendo ultrapassado contudo, em nenhuma ocasião, a barreira dos 10%. No entanto, se por acaso este partido alguma vez tivesse ganho eleições há cem anos atrás, teria tido nas mãos de imediato os instrumentos para acabar com o regime monárquico e implantar naquela altura a república em Portugal, de forma legal e honesta e não com as mãos sujas de sangue, até de menores, como sucedeu; já a "nossa" república apresenta características bem mais ditatoriais, uma vez que tratou, desde o princípio, de vetar através da constituição a possibilidade de o país evoluir para uma monarquia, bem como de proibir liminarmente qualquer hipotético referendo ou consulta que viessem a ser feitos nesse sentido.

É uma questão de consciência e justiça elementar: se condenamos Chavez, os militares birmaneses ou os chineses por terem tomado, ou mantido, o poder pela força, com que moral nos podemos afirmar republicanos, sabendo de antemão como o país chegou aqui?

2007/10/02

Lesmas

Aos poucos vamos vendo que, afinal, a famosa carapaça de arrogância e autismo deste malfadado governo é apenas uma maquilhagem para consumo interno - um pouco como aquele fulano frustrado, vítima de um patrão déspota ao qual não tem coragem de responder, e que se vinga da sua miséria em casa, batendo na mulher e nos filhos. Querem evidências? A China rosna, e aí surge o primeiro ministro candidamente, qual menino bem comportado, a dizer que o Tibete não é um país, que nunca foi invadido, e que o Dalai Lama não merece a (duvidosa) honraria de ser recebido por membros do governo luso.

Agora é um casal inglês, de hábitos mais que questionáveis, mas apoiados num marketing monstruoso (é este o melhor termo) e, principalmente, nos seus conhecimentos ao nível do governo inglês, casal esse que não gostou de ser "espremido" pela nossa Judiciária - vai daí queixa-se aos outros beefs, estes puxam novamente as orelhas ao "menino" Sócrates, e este, vergonhosamente subserviente, logo demite (ou manda demitir) o inspector encarregado da investigação do caso, Gonçalo Amaral, que tanto incomoda os ingleses.

O problema não é que este governo não tenha pingo de dignidade; o problema é que confunde, lá fora, a imagem do português com coluna vertebral, com a sua própria imagem de molusco invertebrado.

Navegar é preciso!


Enquanto não vou ao Faial, a marina de Oeiras vai-me dando para sonhar...

2007/10/01

Rally Magic


Gosto de ver o Vitória a ganhar, gosto de ir aos jogos, e até admito que me sinto envolvido pelo entusiasmo do povo, logo eu que sou um céptico militante, do mais difícil de convencer que existe - agora o que eu não consigo descobrir, por mais que tente, é a tal "magia" das imagens de futebol. Admito que exista, e que a dificuldade seja minha, assim como aceitarei se a maior parte dos meus leitores não descortinar ponta de magia nesta foto. Afinal as coisas são como são.

P.S.: Obrigado ao JAM pela foto.

Irra!

Homem, pode parar com essa choradeira, que parece-me que já toda a gente, incluindo a pastorinha da SIC, o Tino de Rans e o emplastro, percebeu o que é que você acha da eleição de Luís Filipe Menezes para a liderança do PSD, ou ainda lhe dá uma apoplexia. Bolas, que eu não sou do seu partido, mas não embirro tanto com ele e com o que lá se passa como você. Conhece aquela anedota, do fulano que segue na auto-estrada e ouve na rádio dizer que, na via em que segue, anda um condutor em sentido contrário, e logo responde em voz alta: "Um? São todos!"? Pois, já pensou se estará mesmo no lugar certo?