2003/08/22

Fim de semana

Até Segunda-feira, o Serra Mãe está de folga; vou à Zambujeira, ver se já não há "restos" de festival e, principalmente, passar o fim de semana com o meu Lou e a minha Lu. Também tenho direito, não? Ainda por cima, nem sequer tive férias este ano!

Mas isso não quer dizer que não me visitem e, principalmente, que não me escrevam aqui nos feedbacks; enquanto estiver a beber os meus galões com espuma e a ouvir o jazz, no Café Fresco frente ao mar, pensarei em vós, prometo!

Despeito

Alguém me poderá explicar porque é que os blogs que são citados na imprensa escrita são sempre os mesmos?

Pesquisas

Já há algum tempo que não tomava atenção às palavras chave que alguns leitores introduziam nos seus motores de busca para vir parar a esta área protegida. Fazendo agora uma ronda muito superficial, constato que continuam a ser muitas e variadas as dúvidas de alguns internautas: desde o aceitável "Zaha Hadid" (memo: tenho que falar de arquitectura), até um mais improvável "como dobrar guardanapos" (eu dobro-os ao meio...), de tudo tem surgido aqui um pouco. Mas, ultimamente, uma das chaves mais recorrentes, tem sido a expressão "folclore", nas suas mais diversas combinações: "folclore bonito", "folclore nordestino", "trajes de folclore", and so on...

Para que quem procura folclore na Internet (e são muitos, acreditem) possa vir a encontrar nesta serra um agradável sítio de repouso entre as suas demandas, deixo aqui - absolutamente grátis! - mais uma série de sugestões afins: folclore do Burkina Faso, roupa interior de folclore, gostos folcóricos, folclore chato, folclore político (procurar também aqui), e folclore experimental. Entretanto eu vou estudar qualquer coisa sobre o assunto, prometo.

Contagem decrescente

Logo à noite já vou estar de novo com os meus "mais-que-tudo"!

Irvine Welsh

Há bocado estava a passar numa estação de rádio (nunca sei em que posto está o rádio-despertador) uma peça sobre o novo livro de Irvine Welsh, "Porno"; no entanto, só a ouvi já no fim, ainda por cima ensonado, e não consegui perceber se se dizia bem ou mal da citada obra. A verdade é que já estive com o calhamaço na mão, anteontem, e mesmo disposto a comprá-lo; mas depois lembrei-me das duas obras anteriores que li do mesmo autor, e hesitei. Se é verdade que apreciei o estilo desabrido de "Trainspotting", principalmente nas descrições que não foram incluídas no filme, já achei que "Ecstasy", não sendo mau, era de certa forma "mais do mesmo".

Algum leitor simpático, que já tenha lido "Porno", me saberá aconselhar?

2003/08/21

Either you're with us, or you're with the terrorists!

A dicotomia esquerda direita volta a agitar a blogosfera, mas agora convenientemente - para alguns - maquilhada de uma maniqueísta divisão entre "pacifistas" e (so called) "belicistas".

De um lado os "pacifistas", que advogam o recurso a outro tipo de iniciativas que não a força para travar o terrorismo - "esquecem-se" de dizer quais - e que "conseguem compreender" as fantásticas motivações que levam uma pessoa a fazer-se explodir num autocarro cheio de crianças, ou a atacar um local onde sabe que se encontra a funcionar uma organização pacifista. Estes supostos paladinos da paz, à falta de outros recursos, tentam justificar o injustificável, com a provável revolta que deverão sentir os palestinianos ou iraquianos (já para não falar de bascos ou tchetchenos) ao verem ocupadas as suas terras. Apresentam então os actos terroristas como iniciativas isoladas de algumas pessoas desesperadas, que acreditam que, com a sua imolação, conseguirão melhorar a qualidade de vida dos seus pares.

Pois bem; tenho novidades para estes puristas; os actos terroristas que conhecemos são obra de maquiavélicas e complexas teias, de composição equivalente, e até mesmo superior, a muitos exércitos conhecidos. Ou acreditarão que o camião betoneira que deflagrou há dois dias em Bagdad era propriedade de um popular iraquiano que, farto de não ter nada que fazer, resolveu fazê-lo explodir contra a sede da ONU, para assim mostrar o seu "descontentamento com as forças imperialistas"? Quanta ingenuidade...

Ora, um exército não se combate com flores, para mais quando usa como arma a cobardia, que é a imagem de marca do terrorismo. Nenhuma causa, por mais justa que possa parecer na origem, sobrevive a um acto terrorista. Os palestinianos tinham razão? Perderam-na toda - toda! - no seu primeiro acto terrorista; e isto é válido para quaisquer outras causas que recorrem ao terrorismo. Definitivamente!

Talvez estes "utópicos" não saibam ou não acreditem, mas eu - e acredito que comigo a maioria das pessoas que defendem o recurso à força para travar o terrorismo - sou a favor da paz. Tanto ou mais que qualquer pessoa; mas também sou pai, e sei que o mundo melhor que quero deixar ao meu filho tem um preço!

Se não fosse eu...

Sabem que dia é hoje? Quinta-feira; e depois? E depois que hoje, como eu já estou farto de vos avisar, é dia de mais um excelente filme no "Público". E qual é o de hoje, qual é? "Cyrano de Bergerac", uma das mais lindas histórias de amor que já foram escritas ou filmadas, e que tem como bónus a fantástica performance de Gerard Dépardieu no papel de Cyrano, o homem cujo nariz "o precede um quarto de hora"!

Já vi este filme há muitos anos (penso que deve ser do princípio da década de 90, se não for de antes), mas há uma cena clássica inesquecível: quando Cyrano, já velho e praticamente cego, finge ler à sua platónica paixão de uma vida, a prima Roxane, uma pretensa carta de amor de Christian, por quem ela pensa estar apaixonada. Só que a luz é já muito fraca, e a prima percebe que Cyrano não está a ler, mas sim a recitar de memória a carta - pois se foi ele que a escreveu!

Um prémio para quem conseguir ver esta cena sem deixar fugir uma lágrimazita!

E para a semana outra obra-prima: "O fabuloso destino de Amélie", empregada de café em Montparnasse, e missionária da felicidade alheia.

Era de esperar!

Depois de algum tempo de assumido namoro, a jornalista Ana Sá Lopes resolveu aderir aos blogs; confessa, no entanto, que não se sente capaz de manter uma "coisa" dessas sózinha (o que, por tabela, me veio insuflar o ego). Assim, resolveu juntar-se a alguns colegas e passar a escrever no "Glória fácil".

Seja bem vinda, e ficamos à espera de ver inéditas e divertidas desventuras da Vanessa (seu alterego) na blogosfera - a menos que Luís Delgado mexa influências, e a direcção do "Público" decida retirar-lhe a remuneração pelas crónicas impressas!

2003/08/20

Mixed emotions

Hoje o sitemeter "até deita fumo"; para um blog como este, que estava habituado a uma média diária de 28 visitas, e que registou até agora, no seu dia de maior afluência, 37 visitas, as 81 visitas (eu digo de novo: oitenta e uma visitas!) que se registavam até às nove horas de hoje são algo de completamente inusitado. Não tenho ilusões, naturalmente, e sei que, para tal incremento, muito contribuiram as amáveis referências a posts meus que hoje surgiram no "Homem a dias" e no "Comprometido espectador", isto para além de alguns links que já existem em diversos outros blogs.

Mas, se por um lado me congratulo com este inesperado aumento de leitores (que me cria, também, acrescidas responsabilidades), por outro não deixo de lamentar o facto de as participações dos mesmos, através das caixas de feedback, se encontrar a registar um significativo decréscimo; é uma pena, principalmente para uma pessoa como eu, que tanto preza as virtudes da interacção.

Chuva

No rádio vinha a passar uma canção lindíssima que eu já não ouvia há muito tempo - penso que desde a noite de Natal de 2000, altura em que me assaltaram o carro, e me roubaram (entre muitas outras coisas mais importantes) o CD onde ela se incluía, e de que agora não recordo o nome. Cantam-na os Travis, chama-se "Why does it always rain on me?", e tem um refrão assim:

Why does it always rain on me?
Is it because I lied when I was seventeen?

É a glória!

Para outros blogs mais populares, o que vou contar não teria sequer direito a menção, muito provavelmente; mas para mim, que sem lobby ou amigos bloguistas, tento conquistar um espaço na blogosfera, é muito gratificante verificar que "O homem a dias", um dos meus blogs de referência, cita esta humilde serra num dos seus últimos posts.

Dentro do baú

Para quem não sabe, "O País relativo" não é apenas uma expressão criada por Alexandre O'Neill; é também nome de um blog criado por um grupo de jovens e modernos socialistas, que até conhecem o "Portugal profundo" - pelo menos vão à  Zambujeira do Mar quando há festival!

Uma das principais actividades deste blog - que, aliás, não é original entre a esquerda - consiste em zurzir "a torto e a direito" o ministro Paulo Portas. P.P. elogiou a atitude de Maggiolo Gouveia ao colocar os interesses pátrios à frente de outros interesses dúbios? Então P.P. está a fazer um aproveitamento político da coisa; P.P. tem um fato azul às riscas? Então é "insuportável" a pose de P.P.; P.P. espirrou? Então P.P. está a tentar, com jogos de palavras e actos, chamar a atenção para o problema da descolonização. Estão a ver o género? Basta lembrarem-se de que P.P. existe para logo entrarem em descontrolados acessos de histerismo justiceiro (vd. Ana Gomes). Seria um pouco como embirrar com José Sócrates, putativo líder da tribo, só porque ele tem aquela irritante voz de falsete, ou com Ferro Rodrigues porque o homem diz mais vezes "pá" numa simples frase do que uma claque de futebol durante um jogo inteiro!

O curioso desta atitude esquerdista, é que ela apenas tem como alvo o próprio Portas, deixando de lado todos e quaisquer companheiros de Partido ou coligação. O ressabiamento e a inveja pelo mérito e pela competência alheia é, pelos vistos, um engulho difícil de engolir.

A mais recente diatribe destes aprumados jovens socialistas contra o ministro, consiste num post ontem publicado, intitulado "O baú de certa direita portuguesa I" (note-se a discreta nuance do "I" - os socialistas fizeram o trabalho de casa e, à  espera de provável polémica, resolveram desde já precaver a hipótese de terem que vir a criar um "baú II", e mesmo um "III", e sabe-se lá que mais...), no qual, novamente a propósito da distinção póstuma prestada a M.G., tentam entrever enviesadas alusões e saudosismos, na direita portuguesa, aos tempos do "império colonial"; en passant, deixam cair com desprendimento a reclamação de que esta direita invoca permanentemente os crimes cometidos na descolonização, como se estes fossem um assunto menor, uma espécie de "bóia de salvação" a que os detractores de Soares se agarram quando o querem menosprezar. Na opinião destes "aprendizes do soarismo", este é um assunto enterrado, e com uma dimensão injusta e artificialmente empolada por quem não gosta do patriarca da casa.

Mas há mais quem faça os trabalhos de casa; a "descolonização exemplar" de Soares não é um assunto despiciendo, e o "ídolo com pés de barro" de um partido falho de referências deveria algum dia responder pela forma como conduziu um processo nada transparente. Milhares de espoliados sonham com o improvável dia em que hão-de confrontar M.S. com os seus fantasmas. Mais: tantos dirigentes africanos, que acusam M.S. & clã das mais diversas negociatas escuras, estarão todos enganados?

A respeito das colónias imperiais, e das virtudes que a ditadura lhes encontrava - e cuja perda, alegadamente, a direita "chora" - também encontrei alguma informação curiosa; pelo que descobri, a criação do "império português" não se ficou a dever a Portas, nem tampouco se verificou durante o Estado Novo, tendo começado há alguns séculos atrás, penso que ainda Salazar não tinha nascido. Salvo melhor opinião ou visões revisionistas da história de Portugal, parece-me que, a irem por aí, terão um longo caminho a percorrer.

Ainda não foram lá?

Vão a este blog, o "Umbigo", por amor de Deus; é simplesmente genial, acreditem. Só para aperitivo, deixo aqui um nadinha do texto de um novo (suposto) livro de Margarida Rebelo Pinto, chamado "Sem mamas":

"O Rodrigo, sempre querido, passara para me buscar para o meu primeiro dia de trabalho. Era ele, de certeza (o canalizador e o carteiro têm a chave). "

É mesmo bom, não é, ou sou só eu que estou a ficar iconoclasta?

Não percam também todo o resto, com as glosas a José António Saraiva, João Bénard da Costa, e a extraordinária visita de José Quitério a um novo restaurante: O McDonalds de Louriçal do Campo!

P.S.: Não sei quem escreve isto, nem ganho nada com a publicidade; estou simplesmente viciado neste blog.

2003/08/19

Um mundo perfeito

Desde que se soube do ignóbil atentado terrorista ocorrido esta tarde, em Bagdad, tenho estado de ouvido atento à TSF. Mais para o fim da tarde, quando foi conhecida a notícia da morte de Sérgio Vieira de Mello, emocionei-me - como todos - e segui com atenção os diversos depoimentos.

Muita coisa ouvi, desde as palavras sinceramente emocionadas de Ana Gomes até aos incríveis depoimentos do Partido Comunista e do BE que, mais do que lamentarem a morte de um homem de causas, ou condenarem inequivocamente o terrorismo, preferiram aproveitar o tempo de antena para - mais uma vez - encontrarem enviesadas responsabilidades no acontecimento a assacar às "forças imperialistas". Sem comentários.

Mas um depoimento me ficou especialmente a bailar na cabeça. Foi o de Pedro Bacelar de Vasconcelos, homem atipicamente do Norte, com algumas conotações socialistas, que ganhou especial notoriedade quando, na sua qualidade de Governador Civil de Braga, se deslocou pessoalmente a um problemático acampamento de ciganos para tentar resolver uns litígios existentes com a população. O desplante foi mediático mas, infelizmente para ele, o tempo vir-lhe-ia a tirar a razão quando vários dos integrantes do mencionado acampamento foram presos e condenados mais tarde por comprovado tráfico de droga.

Mas adiante: P.B.V., que também trabalhou directamente com S.V.M. e que, por isso mesmo, também se mostrou emocionado, não enjeitou a possibilidade de fazer também um pouco de propaganda esquerdista e, a certa altura do seu discurso, disse que "este atentado vem provar que a forma como até aqui se tem combatido o terrorismo - pela força - não resulta; há que encontrar um novo modelo de combate ao terrorismo" (cito de memória).

Óptimo, digo eu; quanto menos violência existir no mundo, melhor. Mas isto vem-me lembrar, de certa forma, uma mirabolante proposta do BE de aqui há uns anos, que sugeria que, em determinadas zonas, os polícias deveriam andar desarmados. Seria bom, se estivéssemos a lidar com pessoas com os mesmos valores da comunidade ocidental; mas não estamos. O inimigo - o terrorismo - não se guia pela mesma moral de nós. A sua arma é a cobardia. E contra gente (!) desta não há diálogo possível; sejam da ETA, da Jihad Islâmica ou da Al-Qaeda, só há uma linguagem que eles percebem: sofrerem (pelo menos) o mesmo que infligem a tantos inocentes!

Novos sons

Já há uns dias que ando a ouvir, aqui no escritório, um CD lindíssimo que comprei há algum tempo: chama-se "Biggest bluest hi-fi", e cantam os Camera Obscura. Alguém me sabe dizer qual a relação entre este grupo e os Belle & Sebastian?

Nostalgia 2

À medida que os anos vão passando, cada vez sinto mais emoção ao rever objectos da minha infância; isso acontece com lugares, músicas, filmes, livros, mas principalmente com automóveis. Quem me conhece sabe do meu grande gosto por automóveis - mas não como objecto de luxo ou exibição. Nunca me passaria pela cabeça, por mais "totolotos" que me saíssem, comprar um Ferrari ou um Porsche de cinquenta mil contos!

A minha paixão pelos automóveis tem duas nuances, ambas com origem na minha infância e adolescência: por um lado, há o aspecto da competição, que sempre me fascinou e continua a fascinar. Tanto que, apesar de ter quase quarenta anos e um filhote de dois, ainda continuo a participar em ralis, como co-piloto, sempre que as condições mo permitem.

Por outro lado, tenho vindo a criar uma obsessão quase doentia por carros antigos - mas não por qualquer carro! Só aqueles que eram "modernos" à data dos meus "verdes anos", e que constituíam então para mim objectos de culto. Tenho pena de não ter possibilidades de desenvolver mais esta paixão, mas, mesmo assim, já consegui comprar um belíssimo Alfa Romeo 1750, de 1972, que se encontra praticamente restaurado. E, um destes dias, passei mais de uma hora à porta de uma oficina, a esperar que o dono de um maravilhoso Sunbeam Alpine descapotável, de 1966, o viesse buscar para lhe perguntar se o queria vender. Mais: este Domingo, a minha querida Lu (que diz que eu só gosto de "sucata", e provavelmente tem razão) quase teve que me "arrastar" para longe de um simpático Simca 1000, de 1966, com ar de abandonado em Odemira.

Maluquinho? Talvez, mas, se tivesse a possibilidade, o Porsche que eu comprava era um 911 Targa, dos princípios dos anos 70, e no laranja original da marca.

Deus existe?

Vou agora a Lisboa, ao Hospital de São José, fazer algo que preferiria nunca ter que vir a fazer - não por mim, ou pelo acto em si, mas pelos motivos por que o devo fazer.

Às vezes questionamo-nos se tudo isto fará alguma vez sentido...

2003/08/18

Novidades

Há um novo (pelo menos para mim) e excelente blog na praça. Confiram aqui!

Sometimes life is stranger than fiction

Por que motivo é que o mês de Agosto não pode ser tão simples e lindo como o filme homónimo, de Jorge Silva Melo?

Excitações

O PS tem este efeito perverso sobre os independentes que a ele aderem: de discretos e simpáticos cidadãos, ao assinarem a sua ficha de militantes passam rapidamente a ferozes activistas, prontos a atacar tudo e todos, mais que não seja, para ganhar uma duvidosa visibilidade.

Passou-se com Vicente Jorge Silva que, no seu trajecto desde director do "Público" até deputado socialista, perdeu o low profile e o ar circunspecto que lhe eram típicos, para adoptar uma atitude agressiva e desafiadora que não lhe conhecíamos. Até contra os seus correligionários disparou - lembram-se da "tralha ideológica"?

Agora é Ana Gomes, ex-representante dos interesses Nacionais no território Indonésio, que tão boa conta e imagem deu de si durante os conflitos em Timor, que está "a borrar a pintura", ao tentar por-se em bicos de pés ao serviço do seu partido. Dando de barato os recorrentes ataques a Paulo Portas - transversais entre a esquerda, guiada pelo BE - fica o caricato das declarações da senhora sobre o caso do funeral com honras militares proporcionado a Maggiolo Gouveia. A propósito do acto, referiu A.G. que tal cerimónia estaria a servir de pretexto para um alegado aproveitamento político por parte do Governo e, particularmente de P.P.. Hoje, o "Diário de Notícias" (salvo erro), lembrou-nos que tal decisão havia sido tomada por um Governo de Guterres, nomeadamente pela mão do então ministro Rui Pena.

A.G., contudo, não desarmou e hoje já veio afirmar que, se fosse agora, estava certa de que R.P. não tomaria aquela decisão. Só que R.P., pouco cooperante, afirmou esta manhã aos microfones da TSF que, se fosse hoje, faria exactamente o que fez então.

Há dias em que mais valia não sair de casa, deverá estar a pensar Ana Gomes.

Mais lamechice

Podem saltar este post, se não vos agradar o género, mas a verdade é que estou de novo cheio de saudades do Lou; ficou ontem de férias, com a mãe, e só o vou voltar a ver na Sexta-feira, se Deus quiser. Como já escrevi antes, tudo isto porque mudei de emprego, e ainda não posso tirar férias, e blá, blá, blá...

Espero que ele também sinta saudades minhas.

Até que enfim!

Maldito calor, que finalmente parece querer abrandar. Que nunca mais volte!

Estou muito rezingão, não estou? Deve ser da idade. Por este andar, qualquer dia estou ali no banco do jardim a refilar com os pombos.

Se calhar é por isso que ninguém diz nada, apesar de as visitas continuarem em bom ritmo...

Eles existem!

Desenganem-se os que pensavam que o Bloco de Esquerda era apenas composto pelos sizudos Francisco Louçã e Miguel Portas, coadjuvados por algumas encantadoras Barbies que se entretêm - nos intervalos das visitas ao Frágil - a pegarem nos seus Mercedes e irem à Assembleia da República debitar alguns fait-divers mal ensaiados e inconsequentes.

Existe mais gente e - surpresa! - até têm uma sede; quem o confirma é o "Público", que acrescenta ainda que o citado imóvel se situa num andar alugado de um edifício da Avenida Almirante Reis, e sobre o qual, o dirigente bloquista Sérgio Vitorino afirma ser "muito barato" - tanto que a manutenção da sede naquele espaço, dito "provisório", já se mantém há mais de três anos.

No entanto, toda a bela tem um senão; pelos vistos, e para azar da tribo, foram parar a um prédio de reaccionários, que não compreendem a rebeldia própria destas coisas de esquerda, rebeldia essa que se manifesta em pequenos gestos carregados de simbolismo, tais como avariar os elevadores, não pagar o condomínio, ou fazer barulho às horas que mais lhes aprouver.

S.V., no entanto, minimiza as críticas, e contra-ataca: se queixas existem, elas partem do próprio BE que só tem a lamentar-se pelo facto de o senhorio - que lhes leva "couro e cabelo", pelos vistos - não fazer as obras na fracção que os bloquistas pretendiam.

Típico desta esquerda chic: nós temos direitos, os outros têm obrigações!

2003/08/17

Uma lição de vida

O Fernando tem 28 anos e mora em Viseu; seria uma pessoa absolutamente normal, não fosse pela condição de sofrer de distrofia muscular desde que nasceu. Assim, pese embora o facto de ser intelectualmente normal, e de ter os sentimentos normais em qualquer pessoa, vive confinado a uma cadeira de rodas eléctrica, e apenas consegue mexer parcialmente a mão esquerda e a cabeça. Mesmo assim, conseguiu arranjar um emprego, trabalhando com computadores numa instituição de apoio a deficientes.

A Luísa tem 27 anos, e trabalha nessa mesma instituição. Felizmente, é portadora de todas as suas capacidades psíquicas e motoras. Conheceu o Fernando, apaixonou-se por ele, começaram a namorar e, neste momento, vivem juntos. Pouco lhe importa que, fisicamente, o Fernando dependa dela para as suas mais elementares necessidades. Ela ama-o, e isso torna leves todas as tarefas.

São dois heróis dos tempos modernos.

P.S.: O seu a seu dono: vinha ontem no "Público".