2007/03/19

Patético

A história é velha mas repete-se sempre; Fernando Nogueira, Ferro Rodrigues ou Marques Mendes sabem contá-la bem. Mas há sempre ingénuos para cair nela. To cut a long story short, nos períodos em que é pouco previsível que os partidos cheguem perto do poder, surge fatalmente alguém cheio de ambição e ingenuidade que pensa que vai fazer a diferença, e impor um novo rumo até às próximas eleições. Depois, quando se apercebe que apenas serviu para "cozer em lume brando", revolta-se contra o sistema de que voluntariamente fez parte e, numa estratégia de lémingue, apenas passa a acreditar na fuga em frente.

Como já alguns terão percebido, falo de Ribeiro e Castro; numa primeira fase, pós anúncio de candidatura à liderança de Paulo Portas, pensou que iria vender cara a pele, e até acreditou, nos seus sonhos cor de rosa, que se poderia manter líder do partido. Depois, ao ver os ratos, que antes o idolatravam, a abandonar o barco, percebeu que a sua única dúvida existencial seria se perderia o partido em directas, com 10%, ou em congresso, com 20%. Nessa altura, em desespero de causa, regrediu aos piores tempos da sua infância e pensou: "se não pode ser para mim, não será para ninguém!". E, na impossibilidade de deformar o partido com um ataque de ácido sulfúrico, resolveu destrui-lo por dentro com patéticas e desesperadas manobras que apenas visam protelar o seu inevitável declínio - uma política de terra queimada, muito aquém do que se pensaria ser expectável de alguém com este tipo de formação.

Só não esperava, confesso,que Maria José Nogueira Pinto se prestasse a este tipo de comportamentos perversos e manipuladores. Mas a senhora ainda não esqueceu o congresso de Braga em 1998, e acha que a vingança é um prato que se serve frio - e não se importa de prejudicar milhares de militantes e simpatizantes, na sua sanha de repôr a (sua) justiça.

Dignidade, por onde é que andas?

4 comentários:

paulo pisco disse...

Análise parcial. A falta de civilidade pareceu mais que evidente. Paulo Portas, percebeu,tardiamente, que tinha criado uma claque de futebol. Vai-lhe sair caro este seu regresso..

Anónimo disse...

Isto vai sair muito caro ao CDS / PP. Não vai ser fácil recompor-se...

Aldino Brito disse...

Caros amigos: concordo plenamente que houve falta de civismo e uma má imagem passada para fora no último conselho nacional, cujas feridas vão levar muito tempo a sarar, para mais num partido debilitado como é o CDS/PP.

Mas, caro Paulo, permite-me que te diga: nunca escondi a minha parcialidade no partido em que milito, sem que por isso defenda atitudes menos próprias de quem comigo comunga ideais. Como provavelmente sabes, já não sou conselheiro nacional desde o último Congresso, e por isso não fui a Óbidos, mas já antes vi muitas vezes refregas acaloradas, com atitudes exaltadas de um e de outro lado da barricada. Aliás, quase me atreveria a dizer, sem querer ser intrometiido, que o mesmo sucede amiúde no partido em que militas. A diferença no domingo foi que o lado mais fraco, o da actual liderança, adoptou a postura clássica "se não me deixam ganhar levo a minha bola para casa", e resolveu provocar o caos, ao interromper trabalhos em curso, trazendo para a praça pública (leia-se para a frente da comunicação social, totalmente manipulada pela esquerda) discussões que se deviam ter mantido confinadas às paredes de um órgão nacional. Na segunda toda a comunicação social falava em agressões, e uma dirigente do partido, que deveria ter sido a primeira pessoa a ter decoro e a ser comedida em vez de lançar gasolina para a fogueira, veio dizer que tinha sido agredida, sem contudo apresentar provas. Aliás, não vi, até agora, e tenho andado atento, qualquer filme ou foto que mostrasse cabalmente uma agressão ocorrida no domingo em Óbidos e, na falta de evidências, recuso-me a acreditar que elas tenham existido!

Temos que manter a lucidez, Paulo, ou a comunicação social e a opinião publicada manipulam o nosso conhecimento e percepção dos factos. Ainda hoje estou para saber qual foi a "sucessão de episódios" que levou Sampaio a destituir Santana, mas a verdade é que toda a gente continua a encher a boca com as "trapalhadas de Santana", sem conseguir sequer enunciar uma! Talvez os militantes do PSD que lhe "fizeram a cama" estejam melhor assim...

Por último, se a legião de apoiantes de Paulo Portas, dentro e fora do CDS/PP constitui uma "claque de futebol", eu, apesar de ser avesso a esse tipo de associações, faço parte dela com orgulho!

P.S.: Sempre vamos no domingo ao autódromo com os miúdos? Vou-te mandar um mail a seguir.

Francisco Canelas de Melo disse...

Os ratos são sempre os primeiros a abandonarem o navio....

os cães ladram e a caravana passa.