Alguns de vós saberão que já desde o ano passado resido mais perto de Lisboa, mais concretamente em Carnaxide, no concelho de Oeiras. A minha capacidade de adaptação a novas situações não me tem deixado mal ao longo da vida, e por isso nunca me coloquei objectivamente a questão sobre se preferia esta nova morada ou a anterior, em Vila Nogueira de Azeitão - nunca me tinha passado pela cabeça, pronto. Mas este fim de semana o meu amigo Paulo colocou-me directamente a questão, em conversa casual e descontraída, e fez-me pensar.
É verdade que quem mora perto da cidade tem uma quantidade de infraestruturas disponíveis que não podem ombrear com as de uma aldeia que ainda mantém algumas características de rusticidade: aqui, à distância de alguns passos, existem famácias, táxis, bancos, supermercados, tabacarias, quiosques, e apenas falo de algumas coisas a que posso aceder sem sequer mexer no carro (aliás, a partir de certa hora é melhor nem pensar nisso, pois seguramente no regresso não terei lugar para o estacionar). Mas, em contrapartida, existe aqui uma impessoalidade a que um assumido rústico, como eu, talvez não se habitue facilmente. De acordo que os simpáticos empregados do café aqui de baixo, um dos principais e mais movimentados cá da terra, me cumprimentam com cordialidade quando lá passo a tomar o pequeno almoço - e que excelentes croissants eles lá têm. Mas em Azeitão tudo é diferente, mais lento, já com um cheirinho a Alentejo (que ainda não é, contrariamente ao que se pensa): não há lugar a que se vá em que não encontremos meia dúzia de pessoas conhecidas, com tudo o que isso tem de bom e de mau. E depois há o trânsito, mas disso falarei noutra altura.
Mas, balanço feito, e voltando sempre que posso a Azeitão, não me estou a dar nada mal com esta nova experiência - até porque não falei dos motivos por que aqui estou, e esses fazem toda a diferença. Afinal, acho que me vou habituar a isto.
Um par de óculos
Há 3 horas
1 comentário:
ah! agora és meu quase visinho e não dizias nada?
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